Capítulo 4

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Recebi uma ligação na faculdade mermo, do maluco do bar. Ele disse que eu ia ter um tempo livre hoje, mas tinha que trabalhar a noite.

Falei com a minha mãe e vi o Iago vindo pra onde eu tava.

Iago : Aí, tu demorou. - Eu ri, fazendo toque com ele.

Isaac : Muito trabalho, irmãozinho.

Conversei com ele, com a minha mãe e fui tomar um banho.

Avisei pra ela que ia sair, e segui meu trajeto. De tarde sempre tem racha na praça, eu conheço os crias, então eu vou. Gosto de resenhar com eles. Parada maneira, consigo esquecer tudo.

Noronha : Meu aliado, quanto tempo! - Falou com um copo de whisky na mão, e maconha na outra. Colocou o copo no chão e veio pra me abraçar.

Noronha é o dono do morro, passado de pai para filho. Aquele parada clichê de histórias que as pessoas criam. Estão erradas? Não, pô. Na favela é assim. Ou é pai que passou, algum maluco tomou favela ou mataram e algum vapor tomou posse.

Assumiu isso aqui ainda com 16 anos, lembro de pouca coisa, eu tinha uns 8 anos.

Ele sempre foi assim, amigo. Mas não brinca com ele, é um maluco que não da pra confiar. Ele é bipolar, tenho medo dele me abraçar, e no outro segundo, puxar uma arma pra mim.

Isaac : Meu faixa! - Abracei ele.

Noronha : Tá indo bem nas tuas paradas lá? - Eu assenti. - Isso aí, meu cria. - Bateu na minha cabeça. - Aí, fico pensando.. em como tu seria um bom vapor pra mim. Papo 10 agora. - Eu neguei.

Isaac : Tô fora! - Ele assentiu.

Noronha : Não, pô. Sem caô! Não tô te forçando nas paradas, só te dizendo. - Eu neguei. - Eu sei que tu não curte. Eu te respeito, tu é como um irmão. - Pegou o cigarro, tragando o mesmo.

Isaac : Aí, conversa errada. Gosto não mané, não fode! - Ele assentiu.

Ele me ofereceu whisky e eu neguei, mas aceitei a maconha. Acendi a mesma, ouvindo a conversa deles e jogando baralho.

Gabriel Noronha
26 anos

Gabriel Noronha 26 anos

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Perdição. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora