Isaac 🏴
6 anos depois...
Naquele dia, eu não pude fazer nada. Eu recebi a notícia no dia seguinte pelo Duarte.
Eu comecei a chorar, e quis ir matar o Noronha. Mas o Duarte me acalmou e me levou pra casa.
Eu estranhei, mané. Ela não me ligou, não apareceu pra dormir comigo. Eu tava feliz pela gente, tava feliz por ela. Mas tudo tem um fim.
Eu carrego a culpa de ter apresentado aquilo pra ela, sinto culpa em EXTREMAMENTE tudo.
O caso apareceu na televisão, me acusaram de ter matado ela. Mas as câmeras de segurança da casa dela, filmaram tudo.
O Duarte, Noronha e outros 3 homens foram presos pelo crime.
Minha mãe ficou arrasada, e me deu todo o apoio.
Tenho nossas fotos guardadas, e eu conclui minha faculdade, mesmo carregando uma dor imensa de não ter ela. De lembrar de tudo que vivemos e passamos, em pensar que ela poderia ter concluir junto comigo, se ela não tivesse se perdido daquele jeito. Sofri bastante tempo na faculdade pelos "colegas". Ouvia que ela morreu por minha culpa, que eu era um péssimo amigo/namorado, que eu deveria ser preso também.
Tinha dias que eu só chegava na faculdade, sentava na minha cadeira e não me levantava pra nada.
Mas eu consegui. Eu consegui!
E ver o sorriso no rosto da minha mãe, é gratificante.
Eu trabalho na minha área tem 1 ano, já estou mais maduro e tô tentando seguir minha vida por ela.
Andressa : Pensando naquilo novamente? - Ouvi a voz dela de fundo.
Isaac : Não! - Ri fraco, fazendo um projeto.
Andressa : Vai se arrumar, nosso vôo sai daqui 2 horas. - Eu assenti.
Como eu prometi que um dia eu iria tirar minha mãe dessa favela, eu 'tô cumprindo.
Tô levando minha mãe pra morar no Canadá, mais o meu irmão.
Consegui uma vaga de emprego lá, e estou indo. Fiz curso de inglês justamente pra isso.
Tô feliz por mim! Pela minha família.
Arrumei minhas coisas, e depois me arrumei.
Fui pra laje, e senti a brisa da favela no meu rosto.
Fiquei lembrando de quando eu e ela tava aqui, fumando e rindo. Uma mandada!
Fiquei rindo, lembrando daquilo. São lembranças boas, que confortam meu coração.
Minha mãe bateu na porta, e eu já sabia que era pra gente ir.
Eu saí do quarto, carregando minhas malas e indo colocar no carro.
Fechei o porta-malas, e fui pra entrar no carro, quando vi um homem sujo, com roupas rasgadas passando na rua e pedindo esmolas.
Não acredito!
Ele foi chegando perto de mim, e eu reconheci o rosto, apesar de sujo.
Diego : O senhor pode me ajudar? - Olhou nos meus olhos.
Tirei um dinheiro do meu bolso, segurando forte na minha mão, reconhecer aquele rosto sujo.
Isaac : Senhor? - Ri. - Mundo pequeno, não é mesmo? - Ele abriu os olhos, me reconhecendo.
Diego : Preto imundo! - Tomou o dinheiro da minha mão.
Isaac : Deus te abençoe! - Eu entrei no carro, e ele ficou me olhando. Minha mãe e o meu irmão entraram, eu buzinei pra ele e ri fraco, arrastando o carro dali.
Eu ia deixar o meu carro na casa da minha tia, porque não tenho com quem deixar ele.
E de lá, eu ia pegar um uber pro aeroporto.
A gente foi seguindo o caminho, e eu passei na frente da faculdade, vendo a praia.
Me veio a Luíza na mente, e os nossos momentos lá. Ela dançando que nem maluca, quando falei com ela pela primeira vez, quando dei o meu beijo nela.
Porra! Por que tu foi, neguinha?
Meu coração apertou, mas eu seguia firme.
Tô fazendo tudo, pelos planos que um dia... nós construimos juntos.
Teu sorriso vai ficar pra sempre guardado nesse meu coração de pedra, e saiba que JAMAIS, eu amei alguém como tu.
Tu foi especial, me fez crescer e acreditar na porra do amor de novo.
E essa parada que aconteceu contigo, foi a perdição da nossa vida. Mas tu não vai ser esquecida, e eles estão pagando.
Tu é foda! E não se esqueça de mim, pois eu nunca vou esquecer de tu, sacou?
E o teu beijo, teu toque, teu sorriso, teu carinho, teu abraço e a tua companhia, foi a minha perdição. O que resta, são as lembranças.
Nunca aceitem que digam que vocês não são capazes, pois são. Acreditem em vocês!
O preto favelado, venceu na vida! E hoje, ta conquistando tudo aquilo, que um dia, pareceu tão distante.
Fim!
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Perdição. (CONCLUÍDO)
Fanfiction+16 | Mente aventureira, alma inquieta, às vezes louco por aí, é isso que me resta.