Duarte 🤙
Seguindo tranquilão, longe daquilo que me trás algum malefício.
Maluco da paz, tá me entendendo? Mas não meche no meu calo, a bala come.
Mente perturbada, mas o coração é bom. Criado por aqui, vivendo a ganância, o ódio e o tráfico de camarote.
Ambição tá no meu sangue, fazer dinheiro a todo custo. Famoso mercenário, tá ligado não? É essas idéias aí mermo, mané.
Tenho um filho, cuido dele. Sou separado da mãe dele, pego ele as vezes pra ficar comigo. Não tenho um barraco fixo, mas um cafofo maneiro que dá pa mim.
Entrei no tráfico, graças a minha tia. Ela sempre levou essas paradas pra dentro de casa, não me ensinou a usar.. mas eu aprendi só olhando.
Levava os machos dela pra casa, cria. Todo dia eu via a cara do pai do Noronha, ele dava dinheiro pra ela, bagunçava meu cabelo e ia embora logo de manhã cedinho.
Eu conheci o Noronha novo ainda, quase a merma idade. A gente sempre se deu bem. Sempre brincava eu, ele e o Isaac. O trio, cria! Mas depois de um tempo, pai dele morreu e a favela ficou pra
Mas aí, eu não posso dizer que minha tia não foi pica, porquê ela foi. Fez de tudo pra não deixar faltar nada, e devo essas paradas a ela.
Mas eu desenvolvi esse meu jeito agressivo, meio psicopata por conta dela também. Os malucos que ela levava pra casa, tentava me assediar quando ela tava dormindo, toda drogada e bêbada. Mas graças a Deus, eu conseguia fugir.
Muitas vezes, quando eu sabia que já tava perto deles aparecerem, eu fugia. Passava a noite na rua, dormia com os noiados da favela.
A mãe da Patrícia, que acordava cedinho, que me chamava pra dormir com ela. Eu contava pra ela oque acontecia, e ela me abrigava.
Imagina aí.. moleque novo, oito anos de idade, fugindo de casa, dormindo na rua, pra não ser estuprado enquanto tua tia ta dormindo toda drogada. Passava frio, ficava com medo.. mas eu fui me criando. O pai ta aqui, firmão, truta!
A Patrícia? É a muié da minha vida. Pena que não dá mais bola pa mim, sacou?
Eu conheci ela pivete também, quando eu dormia na casa da mãe dela. Fui me apaixonando desde moleque. Quando tinha meus 17 anos e ela 16, a gente ficou pela primeira vez e veio o Samuel.
Eu assumi, tia Marcela me ameaçou, mané!
Mas eu sou homem, e sei a falta que um pai faz na vida de um filho.
Aluguei um barraquinho na favela pra gente ficar, mas eu batia nela as vezes quando eu tava drogado. Eu xingava muito ela, rebaixava e essas paradas ruins tudo. Eu não deixava ela ir embora, mas eu caí na real uma vez e deixei ela ir.
Hoje? Eu me arrependo pra caralho, tento o máximo voltar com ela, passar confiança e essas paradas tudo. Mas ela não quer, nunca!
Mas eu sigo a vida, sempre procurando viver.
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Perdição. (CONCLUÍDO)
Fanfiction+16 | Mente aventureira, alma inquieta, às vezes louco por aí, é isso que me resta.