Capitulo 42 - Sectumsempra

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As coisas estavam indo bem, muito bem. Para Mary, pelo menos.

Harry Potter estava demorando cada vez mais para conseguir fazer a tarefa que Dumbledore o dera. Ele fez uma tentativa, muito falha. Tentou repetir a mesma cena que vira na penseira, onde Voldemort (quando ainda era Tom Riddle, jovem e bonito) perguntara ao seu professor favorito sobre o que seriam as Horcruxes.

Harry repetiu tudo. As mesmas frases, a mesma entonação, quase a mesma postura. E o professor Slughorn não gostou nada disso. Harry o vira, pela primeira vez, com raiva. E depois disso, nem o seu recente talento exímio na preparação de Poções fez Slughorn voltar a tratá-lo com tanta preferência.

Pra piorar tudo, com Rony ainda na enfermaria, se recuperando do envenenamento, Harry teve que chamar Comarco McLaggen para substituir o posto de goleiro.

Talvez por achar que fosse sentir muita falta do amigo na equipe, Harry decidiu fazer uma visita a Rony antes da partida de quadribol. Uma visita rápida, ele não se atrasaria para chegar ao campo.

Harry saiu da enfermaria apressado, passando pelos corredores desertos que eram quando tinha quadribol, já que toda a escola estava já se acomodando no campo (até Mary se mostrou ansiosa para assistir à partida daquele fim de semana).

Harry caminhava tentando espiar o clima pelas janelas, pra conferir se o vento estava bom pra partida e coisa do tipo. Mas parou quando um barulho chamou sua atenção; ele viu Malfoy vindo em sua direção, acompanhado de duas garotas (que pareciam muito contrariadas).

Malfoy parou ao ver Harry. Os dois ficaram meio estatísticos por um momento, até Draco soltar uma risada curta e seca, e continuar a andar.

— Onde é que você vai? — quis saber Harry. Perguntando despretensioso como se Malfoy fosse um de seus amigos próximos.

— É, vou mesmo lhe dizer, Potter, porque é da sua conta — debochou Malfoy, com o nariz ainda arroxeado do soco que levara dias atrás — É melhor você correr, devem estar esperando o "Capitão Eleito" ou "Rapaz que fez Gol", ou sei lá qual nome que estão lhe chamando ultimamente.

Uma das garotas que estava com Malfoy riu, contrafeita. Harry a encarou e a menina corou. Malfoy e as meninas saíram andando, passaram por Harry e sumiram quando dobraram em um corredor.

Harry ficou pregado ali, observando-o desaparecer. Isso o enlouqueceu; enquanto todos os outros alunos estavam se reunindo no campo de quadribol, Malfoy estava andando pelo castelo quase vazio. Era a melhor chance de Harry de descobrir o que Malfoy estava armando. Mas não podia, tinha uma partida de quadribol pra jogar.

Assim que Harry, muito frustrado, colocou os pés fora do castelo, no pátio do relógio, viu alguém entrando correndo, em direção a ele.

Era Mary, com os cabelos, agora bagunçados, presos numa fita vermelha e com uma faixa de tinta dourada pintada no rosto. Ela odiava jogar quadribol, mas se empolgava muito quando tinha que se adereçar para assistir uma partida.

— Onde... onde você andou? — Mary perguntou, ofegando para recuperar o fôlego depois de correr do campo de quadribol até o castelo — Gina mandou eu vim procurar você. Está na hora!

— Encontrei Malfoy — respondeu Harry, começando a caminhar ao lado da irmã— Estava com duas garotas, indo para não-sei-aonde...

— Gostava mais da minha vida dois minutos atrás, quando eu não sabia disso — retorquiu, com uma expressão insatisfeita que parecia ser de nojo e de surpresa — Pervertido...

— Você não me entendeu... — bufou Harry, agora os dois caminhavam apressados pelo caminho de terra — Malfoy está sozinho com duas garotas, quando todos deveriam estar no campo de quadribol! Está tramando algo!

O Conto dos Gêmeos Potter - Marianne Lilian PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora