Capítulo 25 - Anastácia

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     GABRIELA:




     O Miguel ficou em observação por dois dias e logo recebeu alta. Esses dois dias mais me pareceram duas semanas, visto que eu tive que buscar algumas coisas dos meninos na casa da Ana e trazê-los pra ficar comigo na casa do Miguel. Enquanto a escola? Fui comunicada que a Ana parou de pagar as mensalidades, então os trigêmeos só têm até o final dessa semana pra estudar lá. 



  — Eu nem acredito que estou em casa. — Miguel se joga no sofá de casa e eu arrasto a mala pelo chão de madeira. 


  — Sentiu saudades? 


  — Demais, principalmente daquela belezura de carro. — Ele pega o controle da televisão e liga no canal de notícias. — Você só vê isso? 


  — É a única coisa que me interessa. — Me aproximo dele. — Por quê? 


  — Você parece a minha avó de tão careta. — Ele abre os braços, sinalizando que queria me abraçar.


  — É bom saber de tudo o que acontece no Rio. Você sabe, nunca se sabe quando uma gangue de traficantes vai te sequestrar enquanto você caminha pro hospital pra ver seu namorado em coma. 


     Eu me aproximo dele e ele me envolve em seus braços calorosamente. Eu apoio os braços nos ombros firmes dele e ele desce as mãos até as minhas nádegas. 



  — Você é tão indecente. 


  — Eu não posso passar a mão na bunda da minha namorada? — Faz bico.


  — Você nem deveria estar me incentivando a fazer esse tipo de coisa. — Me afasto dele e me sento a seu lado no sofá. — Você passou longos dois dias me provocando. 


  — Desculpe, você é irresistível. 


  — Ah, me erra, Miguel. — Eu me levanto de vez e caminho até a porta.


  — Aonde você vai? 


  — Buscar os trigêmeos. Já tá na hora. — Giro a maçaneta e puxo a porta de alumínio. 


  — Tu fica tão gostosa de mamãe. — Apoia o queixo na mão e eu o olho de cima á baixo.


  — O que esse coma fez com os seus hormônios? — Eu franzo a testa e ele dá de ombros. Por fim, eu rio e passo por aquela porta. 




     Na volta, estou com o Micael no segundo sono no meu colo, uma mochila nas costas e de mão dada com o Matheus. Murilo está andando pela guia e arrastando sua mochila de maneira exausta. Uma vez que abro a porta da casa do Miguel, eu jogo a mochila do Micael no canto da sala enquanto o Matheus e o Murilo correm em direção ao Miguel para recebê-lo calorosamente. 

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