(não revisado)
GABI
Meu rosto pode ser comparado á um camarão depois que Pedro faz a tão temida pergunta. Eu olho discretamente a expressão facial calma do Miguel.
- Nós não temos mais nada, Pedro. É tudo o que você precisa saber por enquanto. - O olhar do mesmo estava fixado em sua caneca de porcelana cheio de café.
Nós passamos quase três minutos em puro silêncio, o que para mim foi o equivalente á cinco horas. Juntos, nós decidimos nos arrumar para ir á praia. Eu e Sílvia subimos para o nosso quarto e desfizemos as malas, em busca de nossos biquínis. Bom, eu não tive muita dificuldade, visto que eu só preciso da parte de cima.
- Você vai tirar esse shorts estraga prazeres, né? - Sílvia me olha dos pés a cabeça. Eu estava com um biquíni á moda antiga azul marinho com uma flor bordada na parte esquerda da parte de cima do biquíni. Sílvia vestia um lindo maiô preto decotado dos seios até o final da barriga. Ah, o empoderamento negro.
- Eu não. - Digo, dobrando meu vestido cuidadosamente enquanto calço meus chinelos comuns. - Eu não vou entrar na água mesmo.
- Ah, você vai. - Minha amiga dá pequenos saltos até sua necessaire preta. De lá, ela retira um pequeno bastãozinho de algodão com uma cordinha duvidosa, vulgo absorvente interno.
- Sílvia, eu sou... - E a mão da minha amiga tapa minha boca.
- Cala boca e olha esse vídeo. - Ela me entrega o celular num vídeo sobre esses pequenos objetos que ajudam tanta gente. No vídeo, a garota dizia que aquele pedaço de algodão não tinha espessura e nem tamanho para romper o hímen. Então...decidi testar. Céus, o que eu estou fazendo?
Eu tentei. De coração, mas ele não entrava. E quando começava á se encaixar, eu tremia sem sessar. É, isso não foi feito para mim.
- Oh, droga! - Murmuro, observando aquele objeto em minhas mãos, trancada no banheiro.
- Você conseguiu? - Sílvia pergunta, do outro lado da porta.
- O que você acha, Sílvia? - E ela bufa.
- É só enfiar como se estivesse tendo relações. - E eu não consigo evitar de corar. - Desculpa, esqueci que você é virgem.
-Fala baixo, pelo amor de Jesus Cristo. - Murmuro, indo para mais uma tentativa. Por incrível que pareça, eu consegui. - Meu Deus, Sílvia.
- O que? - Ouço a mesma colar o rosto na porta. - Foi?
- Acho que sim. - Saltito, averiguando a qualidade daquele método estranho criado pela humanidade.
- Você está sentindo ele?
- Acho que não. - Dou uns passos para os lados.
- Não tem acho, Gabriela. Sim ou não? - A mesma dá uns toques na porta.
- Não. Acho que consegui. - Jogo meus cabelos para trás e pulo mais algumas vezes. Algo me diz que algo dará errado.
- Então se vista logo e mostra a beleza desse corpo. - Ouço os passos de Sílvia se afastando da porta. Eu solto um suspiro forte, alcançando minha parte de baixo do biquíni.
Após me vestir, me observo no espelho, na tentativa de detectar algo suspeitoso em meu corpo. Estava tudo em seu devido lugar e eu estava pronta. Peguei meu short nas mãos e saí do banheiro, olhando para aquele pedaço de tecido em minhas mãos. De repente, esbarro em alguém. Observo a cagada que fiz quando ouço um barulho alto soar e olho no rosto e Miguel, que de repente, cai na gargalhada.
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Waves
Teen FictionGabriela é uma jovem Paulistana que é convidada por uma colega de turma á acompanhá-la em uma viajem ao Rio de Janeiro. Gabi não contava com uma onda gigante que bagunçaria completamente sua vida.