Capítulo 12 - Surpresas dão trabalho.

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GABI:

Passou-se quase uma semana desde que eu passei o Natal com a minha família e adivinha só? Hoje é dia 31 de Dezembro. O pior. De. Todos.

— Gabriela!!!!! — Minha mãe me grita, entrando no quarto. — Esse ou esse? — Me mostra dois dos vestidos novos que comprou na última semana.

— Hmm... Ficar em casa? — E ela revira os olhos, batendo a porta após entrar no quarto.

— QUEBRA! — A voz do meu pai soa pela casa.

— Olha, filha. — Ela se aproxima e se senta na minha cama. — Você precisa entender que seu namorado não vai poder ficar grudada contigo todos os dias e se você não aprender á ficar distante dele sem ficar triste e depressiva, eu vou ter que te afastar dele, meu amor.

— Você não é louca. — E ela franze a testa e dá um sorrisinho de lado. — Ok, você é.

— O que eu quero dizer é que você precisa socializar mais, querida. Se divertir, sair para festas de adolescentes e curtir a vida. — Ela me olha nos olhos. — Sabe quão doloroso é para uma mãe ver sua filha num poço sem fundo?

— Eu não tenho motivos para me alegrar, mãe. Briguei com a minha melhor amiga, estou longe do meu namorado, minha irmã saiu de casa por minha causa. Qual é o meu problema, afinal? — Minha voz soa trêmula de choro pelo quarto.

— Meu bem, o problema não está em você. — Me abraça, acariciando meus cabelos. — Você é uma ótima menina, só precisa ver as coisas pelo lado positivo. Filha, você tem pessoas que te amam bem na sua frente e você vai deixar pessoas invejosas acabarem com tudo isso? Amor, elas tem inveja de você porque você encontrou pela primeira vez alguém que te ame. Valorize isso comemorando e metendo o foda-se para elas.

— Mas a Sílvia...o Pedro a ama muito.

— Não, Gabriela. O Pedro e a Sílvia estão num relacionamento arranjado. Os pais deles os obrigam á se relacionarem por causa de fins financeiros. Ambos tem uma renda boa, só querem que os filhos dêem á futura geração uma vida financeira cada vez melhor. Qual é, você não percebeu isso? — Ela acrescenta, enrolando uma mexa do meu cabelo em seu dedo indicador. — Aquela garota é puro recalque. Desde pequena ela tem inveja de você.

— Ah...eu não sei. — Meu olhar se abaixa e encontra o cobertor de estrelinhas que cobre minhas pernas.

  Está certo que Sílvia nunca gostou realmente de ver minha felicidade, mas ela nunca chegou á me agredir. Papai nunca gostou dela e muito menos do Pedro, mas ele apenas obedece a mamãe quando ela me deixa sair com eles, ou pelo menos deixava.

— Filha, esquece isso. A mamãe trouxe um presentinho de Natal pra você. — E eu a olho nos olhos, curiosa.

  Eu me levanto da cama quando mamãe me chama e eu ajeito o meu pijama de frio rosa e minha mãe cobre minha visão e me guia em direção á sala.

— Vai demorar, mãe? — Pergunto enquanto ouço risadinhas.

— Calma, impaciente. — Responde. — Vou tirar a mão dos seus olhos mas eu quero que você continue de olhos fechados. — Ouço minha mãe dizer, rindo baixinho, e então o fizemos.


  Mamãe tirou as mãos dos meus olhos mas eu continuei com eles fechados. Senti um calor humano se aproximar de mim e de repente, meus lábios sentem um beijo doce que eu saberia de quem era de longe. Oh, mamãe me deu o melhor presente que eu poderia receber. Abri os olhos e lá estava ele, com sua camisa aberta, sua bermuda e seu chinelo típico de carioca. Sem que ele esperasse, o agarrei pelo pescoço e subi em seu colo e ele segurou minhas coxas, me abraçando como se não houvesse o amanhã.

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