GABI
Acordei no primeiro dia de férias eram quase duas da tarde. Sentindo um movimento agitado em meu colchão, procuro a fonte. Gustavo estava á pular sobre minha cama, perto de minhas pernas.
- Bom dia, Gabi! - Gritou, dando mais um pulo e batendo as nádegas no colchão de vez.
- A mãe sabe que você me acordou, Gustavo? - Me descubro, pulando para fora da cama, insatisfeita.
- A mãe mandou eu vir aqui te acordar. São duas da tarde, Gabriela. - E eu solto um suspiro forte.
- Bom, só me resta te abraçar e te desejar bom dia. - E ele sorri, correndo até mim com os pés descalços e abraçando minha cintura. - Bom dia, mano.
- Bom dia, mana. - Ele me olha com aqueles olhos castanhos claros e aquelas bochechas bronzeadas. - Mamãe fez lasanha para o almoço.
- Vai lá e esconde a minha parte do papai. Eu vou me trocar e vou ir almoçar. - E ele assente, correndo até a cozinha.
- Gabriela já acordou? - Ouço minha mãe gritar lá da cozinha e eu bufo, caminhando até meu guarda roupas.
- Já sim, mamãe. - Respondo, abrindo a porta de rolar e retiro um vestido azul bebê rodado com fatias de melancias enfeitando toda a sua extensão. Me visto, penteio meus fios e lavo meu rosto, caminhando até a cozinha, me deparando com toda a minha família reunida para o almoço.
Me direcionei até o fogão e retirei minha parte, me sentando sobre a mesa. Nós almoçamos em silêncio e depois, ficamos conversando sobre a faculdade da minha irmã.
- Mal vejo a hora de acabar. - Giovana indaga, dando seu último gole em sua bebida.
- Acabar o que? - Olho para ela, perdida.
- Aonde você realmente está, Gabriela? - Meu pai diz, olhando em meus olhos. - Parece que ainda não acordou.
- É verdade, Gabi. - Minha mãe se coloca na conversa, se levantando para colocar os pratos na pia. Só houve uma pequena dificuldade nisso. Minha mãe é acima do peso, e eu estava em seu caminho até a pia, então me levantei e puxei minha cadeira. - Está tudo bem?
- Comigo? - E eu coloco minha cadeira no lugar, voltando á me sentar. - Estou ótima agora que as férias de fim de ano começaram.
- Eu já estou de férias fazem duas semanas. - Gustavo me mostra sua língua e eu devolvo, balançando a cabeça.
Nós ficamos ali por volta de mais vinte minutos até que Giovana precisasse atender um telefonema e meu pai precisasse assistir sua corrida de fórmula um. Eu e Gustavo fomos para o nosso quarto assistir televisão. Sim, eu divido o meu quarto com meus dois irmãos. Eu te falei que não era nenhuma rica metida.
Nós nos sentamos na cama de Gustavo, que se encontrava de frente para a televisão e ligamos a TV. Me encostei na cabeceira com as pernas abertas e meu irmãozinho se sentou no meio de minhas pernas, me permitindo passar meus braços pelos seus ombros e se encontrarem em seu peito. O canal em que ligamos mostrava uns surfistas num campeonato fazendo manobras incrivelmente perigosas.
- Ah, tira disso. - Procuro o controle e o alcanço nas mãos.
- Não! - Meu irmão caçula segura meus dedos. - Deixa só um pouco. Eu sempre quis aprender á surfar.
- Não sei não, Gustavo. - Observo uma mulher que agora se arriscava por um troféu. Patético. - É perigoso demais.
- Por favor, Gabi. - Ele usa o biquinho fofo que sempre faz quando quer me convencer de algo.
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Waves
Ficção AdolescenteGabriela é uma jovem Paulistana que é convidada por uma colega de turma á acompanhá-la em uma viajem ao Rio de Janeiro. Gabi não contava com uma onda gigante que bagunçaria completamente sua vida.