Capítulo 21 - Por que vocês são tão chatos?

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GABRIELA:







Fazem duas semanas que o Miguel está em coma. Cada dia que passa eu me preocupo mais e mais com o estado do me namorado. Ontem a noite a Ana se propôs á passar a madrugada com o Miguel para que eu viesse descansar.







— GABRIELA, ACORDA! — Ouço um berro e sinto o colchão se movimentar bruscamente.







— Meu Deus, Gustavo. Me deixa. — Eu puxo a coberta e me escondo ali debaixo.




— Quem é Gustavo? — Abro os olhos e me deparo com o Micael...não, Matheus!...sinceramente eu não sei quem é.





  — Quem é você?




  — Micael. — Ele cruza os braços.



  — Não! Micael sou eu. — Outro gêmeo aparece na porta e eu bufo. Era o que me faltava.





  — Não. Você é o Matheus. — Eles começam uma discussão e eu me levanto quase sem forças.




  — Você é burro? Você que é o Matheus.





  — Ok, meninos. Fazemos o seguinte. — Eu amarro o meu cabelo num rabo de cavalo e os meninos me olham. — Você. — Aponto para um deles. — Eu vou te chamar de 1. — Aponto para o outro. — Você eu chamo de 2 e o Murilo eu vou chamar de 3.







  — Mas a minha mãe disse que...



  — Um, quem se importa com o que a sua mãe diz? — Eu me viro para o espelho do guarda-roupa e começo á arrumar os fiozinhos que ficaram fora do rabo de cavalo.






  Eu posso ver a cara de confusão dos meninos. Eu realmente não queria falar assim da Ana na frente deles, mas ás vezes ela pede: Além de me deixar cuidando do Miguel quase vinte quatro horas por dia, ainda estou sendo quase mãe dos trigêmeos.






  — Nós vamos na casa do Miguel hoje, Gabi? —  Dois pergunta, mexendo no saco de pipoca doce que seu irmão segura.





  — Sim. — Eu abro a porta do guarda-roupa e fuço as poucas roupas que eu tenho aqui.




  — Por que a gente vai na casa de um morto? — Eu pulo e me viro pro dois.




  — Como?



  — Mamãe me disse que o Miguel é morto. — Ele explica com o olhar baixo.



  — Ah, eu não acredito. — Murmuro. — Sua mãe tá errada, dois. Ela tá completamente errada.






  — Então por que ele não se mexe e nem fala nada? — O outro intervém.





  — Porque ele está dormindo profundamente. Se vocês puderem me fazer um favor, eu quero me trocar.




  — Mas, ô Gabriela. — Dois procura por palavras. — Por que a gente vai sair?




  — Pra cuidar da casa do seu irmão. — Eu chego neles e encaminho eles para o lado de fora do meu quarto. — Vão ver o irmão de vocês. — Já saio do quarto.




Eu os vejo correr pela casa e eu encosto a porta pra me trocar. Separei um vestidinho rodado azul claro e um par de rasteirinhas simples. Eu também passei um pouco de maquiagem para que não parecesse uma morta-viva.





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