GABI:
Eu e o Miguel ficamos completamente sem resposta. Como ele sabe se nem nos beijamos?
— Me respondam, vocês estão ficando? — E eu suspiro, passando as mãos nos cabelos.
— Depois a gente conversa, pode ser, amigão? — Miguel tranquilamente responde o meu irmão. Ficamos em silêncio o resto do caminho.
Na casa do Miguel, nós descarregamos o carro e o Miguel nos apresentou a casa. Eu fingi que era a primeira vez que eu pisava ali. Depois, ficamos todos na sala. Um de cada vez, fizemos fila para tomar banho, jantamos e fomos deitar. Fiquei quieta em todo esse tempo. Vesti o meu pijama de frio larguinho e fui para o quarto de hóspedes. O mesmo quarto onde eu e Miguel nos beijamos pela primeira vez. Me deitei ao lado da minha mãe e fiquei observando aquele teto de laje meio mofado. Foram longos trinta minutos tentando dormir, até que eu ouvi três toques suaves na porta de madeira. Eu me levantei com os cabelos embaraçados e cara amaçada. Miguel estava ali, com uma camisa dessas que ele costuma á vestir florida, mas dessa vez ele tinha fechado os botões. Ele estava com uma bermuda jeans clara e seu chinelo preto. Seu cabelo está molhado e solto e ele trocou o piercing do nariz por um branco. As mãos dele estão para trás, o que me impossibilita de vê-las.
— Topa ir num Luau comigo e mais alguns amigos? — Ele me estende a sua mão direita, que segurava uma rosa vermelha sangue. Ow. Eu observo aquela rosa e tomo ela em minhas mãozinhas dos dedinhos curtinhos e gordinhos.
— Eu...ok. — E ele sorri, dando uma rézinha e fazendo uma continência informal com o dedo indicador e o do meio e eu sorrio, fechando a porta e colando as costas na mesma, levando a rosa até minhas narinas. Por que comigo?
Coloquei aquela rosa encima da cômoda e comecei á procurar uma roupa que não tinha usado. Eu achei um conjuntinho que...ah, eu não vou explicar. Veja com seus próprios olhos como ficou em mim depois que eu passei maquiagem e arrumei o cabelo:
Me perfumei e calcei uma rasteirinha preta simples. Saí do quarto e escovei meus dentes, descendo as escadas. Encontrei Miguel sentado no sofá. Provavelmente ele deixou seu quarto para meu pai e irmão. Ele me olha intensamente e sorri quando nossos olhos se encontram.
— Isso... — Ele morde suavemente o lábio inferior. Essa ação me derreteu por dentro, mas eu mantenho a minha pose de mulher empoderada e passo em sua frente.
— Isso não foi um sim, Miguel. — Passo em sua frente, caminhando em direção ao carro. Posso o ver gargalhar baixinho e vir atrás de mim.
Nós dois entramos no carro e fomos em direção á praia. Dessa vez, ele não ligou o rádio. Bom, primeiro a camisa, depois o rádio?
Chegamos na mesma praia isolada perto de sua casa e de longe, vi uma fogueira com umas quatro pessoas sentadas sobre almofadas na areia. Havia uma mesinha baixa de madeira onde as almofadas estavam rodeando. A minha e a do Miguel estava reservada. Uma do lado da outra. Eu e Miguel caminhamos até eles. A garota estava sentada na almofada na frente da almofada do garoto e ele envolvia a mesma com os braços.
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Waves
Roman pour AdolescentsGabriela é uma jovem Paulistana que é convidada por uma colega de turma á acompanhá-la em uma viajem ao Rio de Janeiro. Gabi não contava com uma onda gigante que bagunçaria completamente sua vida.