Capítulo 18 - Três semanas.

17 2 0
                                    

GABI:

Assim que eu cheguei no Rio, desci do ônibus, peguei minhas malas e fui em direção á um taxi. Dei o endereço da casa da mãe do Miguel. Desci enfrente ao portão deles e o taxista pegou as minhas malas.

- Obrigada. - Agradeço, sorrindo de lado e ele devolve o sorriso. Eu o pago e ele sai, me deixando sozinha. - Ok, Gabriela. É agora. - Suspiro e dou um passo á frente, tocando a campainha.

Passaram alguns minutos e uma mulher bem alta do cabelo ondulado e da pele bronzeada abriu o portão.

- Você é a Gabriela? - E eu afirmo com a cabeça. - Prazer, Gabi. Meu nome é Anastácia, você pode me chamar de Ana. Sou a mãe do Miguel e da Letícia. - E eu sorrio, estendendo a mão. Ela balança a cabeça e puxa meu braço para um abraço apertado. - Estou tão feliz que o Miguel tenha finalmente esquecido a Milena. Muito obrigada.


Eu sorrio de canto quando ela me solta. Ela me convidou para entrar e eu pedi licença, entrando na casa. Era uma casa um pouco mais avançada que a do Miguel, mas não deixava de ser humilde. Eu olho ao redor, ainda no quintal.

- Seja bem-vinda, querida. - Ana diz, passando a mão no meu ombro e eu sorrio suavemente.

- Gabi? - A Letícia pergunta, lá de dentro enquanto caminhava em minha direção com uma cara de preocupada. - Puta merda. - Acelera os passos e me abraça, com força e segurando o choro.

- Calma, Lê. Vai ficar tudo bem. - Aperto ela entre meus braços enquanto ela afunda o nariz no meu pescoço, aparentemente muito abalada. - Eu tô aqui, vamos passar por isso juntas. - E ela acaba desabando em lágrimas.

Minutos depois, nós entramos e fomos em direção á cozinha. Lá, eu conheci o pai do Miguel, um cara baixo, magro que também tinha o cabelo comprido. Ele é até que gente boa, mas não fala muito. O Miguel e a Letícia também têm outros três irmãos mais novos, sendo eles trigêmeos com 3 anos, todos loiros dos olhos azuis.


Nos reunimos para a janta enquanto conversávamos sobre a situação do Miguel.

- Eu não sei o que eu vou fazer agora. - Ana diz, passando a mão entre os cabelos. - O pior é que não tem previsão pra ele acordar.

- Ele vai acordar quando ele estiver preparado. Ele é forte, sei que ele vai conseguir... - Digo num tom cabisbaixo, sabendo que parte desse acidente foi culpa minha. - Foi culpa minha...

- O que? - João, o pai do Miguel me olha, sério. - Não foi. Os caras do campeonato disseram que ele estava avoado.

- Fui eu...ele estava pensando em mim. - Eu abaixo a cabeça, arrependida.

- Meu amor, não se matiliza assim. Não foi sua culpa, o Miguel sempre foi assim mesmo, na brisa. - E a Letícia suspira.

- Tudo por causa dessa porra de maconha. - E a Ana olha para a Letícia. - Opa...

- Tudo bem, eu já sabia. - E todos na mesa me olham, inclusive os pequeninos.

- Ele te contou? - João pergunta.

- Não. Eu descobri da pior forma. - Ergo as sobrancelhas, olhando para o chão enquanto me lembrava de como eu tinha descoberto.

- Querida, me desculpa. Nós não sabemos onde o Miguel estava com a cabeça de decidir usar isso, mas... - Dona Ana explica, mas eu logo de cara a corto.

- Eu amo o Miguel por quem ele é e não pelo que ele tem ou pelo que ele usa. - Finalizo, olhando para a Ana. - Bom, acho que eu vou indo. Eu preciso de um tempo. - Me levanto, desamaçando a roupa com as mãos e a Letícia caminha até mim, pronta para me levar ao meu quarto.

WavesOnde histórias criam vida. Descubra agora