Capítulo 10 - Primeira despedida.

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  GABI:

  Eu acordei com o Gustavo montado encima de mim com a boca na minha cara. Ah, que bafo!

— Sai, Gustavo! — O empurro, que cai encima da cama, gargalhando.

— Bom dia para ti também, mana. — E eu me levanto, caminhando até as minhas coisas e separo um conjunto de moletom. Eu sinceramente não estou afim de sair de casa hoje.

— Hoje a gente vai na praia de Ipanema. — Ele se levanta, caminhando até mim. — Você vai, né?

— Hum... — E ele faz o biquinho de sempre, me fazendo rir. — Ok. — E ele saltita, saindo do quarto. Eu balanço a cabeça e vou para o banheiro. Vesti aquele conjunto e escovei os dentes.

  Assim que saí do banheiro, fui recebida com um amasso e um beijo de tirar o fôlego do Miguel. Deus!!!!

— Miguel, você ficou louco? — Pergunto, recebendo um selinho e devolvendo-o para o meu namorado. — Meus pais nem sabem ainda. — Cochicho, despindo outro selinho na boca do meu cabeludinho.

— Se tu não queria que eu te beijasse, por que continua me beijando? — Diz pausadamente enquanto eu beijo seus lábios, em um tom baixo. Eu me soltei e sorri, descendo a escada, sem responder o Miguel. Pobre coitado.

  — Bom dia, gente. — Desço as escadas lentamente, coçando os olhos.

— Bom dia meu amor. — Minha mãe sorri.

  Meu pai estava na sala assistindo o jornal da manhã, sentado com as pernas masculinamente abertas enquanto comia um pedaço de pão. Minha mãe estava na cozinha, passando manteiga num pão de forma, bem focada no que fazia. Não vejo meu irmão por perto, então caminho até a minha mãe e a dou um beijo na bochecha. Não demorou á todos tomarmos café da manhã, todos na sala. Depois, decidimos jogar o jogo tão temido chamado por "Verdade ou Desafio". Tudo corria bem, até chegar a vez do Gustavo me perguntar:

—  Verdade ou desafio, Gabi? — Ele faz um joguinho com as sobrancelhas.

— Verdade. — Digo e suspiro, cruzando minhas pernas.

— É verdade que você beijaria a última boca que você beijou? — E o olhar do meu pai me seca, curioso. Eu fico uns segundos em silêncio, pensando na melhor resposta. — Hein?

— Por que você quer saber, Gustavo? Existem milhares e milhares de perguntas á se fazer.

— Você prefere que eu pergunte "É verdade que você tá ficando com o Miguel?"? — E eu arregalo os olhos, olhando para o Miguel.

— Que história é essa, Gabriela? — Meu pai pergunta, me olhando. O clima ficou tenso, assim como todos os meus músculos. — É verdade isso?

Eu olho nos olhos do Miguel e ele amarra os cabelos num coque bem preso e olha nos olhos do meu irmão.

— Olha, irmão. Por que tu não fica um tempinho lá na oficina enquanto eu e a Gabriela conversamos com os teus pais? — E o meu irmãozinho olha a minha mãe e depois meu pai. — Te empresto a minha prancha por um dia inteiro.

— Acho que vou precisar de mais um agrado... — E o Miguel dá um risinho maroto.

— Eu faço uma prancha pra ti. — E o Gustavo sorri, saindo dali satisfeitamente.

  Alguns minutos se passaram e em todos eles, nós nos entreolhamos até que o meu pai decidiu quebrar o silêncio:

— Podem começar. — E a minha mãe me olha.

— É verdade, filha?

— Mãe...eu...

— Eu quero namorar a filha de vocês. Pra isso, eu preciso da permissão dos dois. — Miguel me corta, olhando sériamente os meus pais.

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