Capítulo 5 - Ela reapareceu.

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GABI

- O que? O que foi que aconteceu? - Pergunto, procurando por algum risco á algum de nós. De repente, ouço as gargalhadas da Sílvia. - Tu tá tirando onda com a minha cara né, palhaça?

- Sabe quem você acabou de parecer? - Dá um risinho. - Miguel.

- Mas que saco. - Me levanto, batendo os pés até minhas roupas.

- O que aconteceu entre vocês ontem? - E eu olho para ela, com uma cara de quem comeu e não gostou.

- Não aconteceu nada. - Me viro novamente para meu monte de roupas.

- Dá para perceber a tensão entre vocês dois. Nem você nem ele sequer mantém a mesma expressão facial ao ouvir o nome um do outro. O que rolou, fala. - Se senta de pernas cruzadas na cama.

- Não aconteceu nada, mas que coisa. - Separo meu biquíni pretinho básico junto com um vestido longo larguinho.

- Mana, eu sei que tá rolando um clima estranho entre vocês. Você pode confiar em mim. - E eu caminho até a cama, colocando as roupas separadas encima do travesseiro.

- Você quer saber? Ótimo. - Eu a olho nos olhos. - Ele... - E uma batida na porta nos interrompe.

- Gabriela? Posso trocar uma idéia contigo? - E eu olho para Sílvia, que acena que sim com a cabeça enquanto eu aceno que não. Sem a minha permissão, Sílvia abre a porta.

- Pode sim, Mi. Eu já estava de saída. - Dá espaço para ele e me olha com um sorrisinho maroto. Oh, mas que raiva.

Miguel entrou no quarto e Sílvia fechou a porta. Por aproximadamente um minuto, o silêncio reinou no quarto enquanto Miguel caminhava até a cama, lentamente se sentando ao meu lado. Eu o olhei, curiosa com o que ele queria me dizer. Se eu estou arrependida por ter falado que nunca amaria ele sendo que acho que já estou amando? Sim, meus amigos.

- Olha, queria vir aqui te pedir desculpas. Eu não devia achar que tu me amarias. Ninguém tem a obrigação de... - Eu o corto.

- Para. Quem não deveria ter dito aquilo era eu. Eu errei, te confesso. - E ele sorri, balançando a cabeça.

- Ninguém tem a obrigação de amar ninguém, fica a pampa. - E eu sorrio, balançando a cabeça.

- Á menos que essa pessoa queira. - E o silêncio reina entre a gente. Tipo, sério que eu disse isso? Nós ficamos uns segundos tentando falar, mas toda vez que um começava, o outro atropelava sem querer.

- Pode falar. - Sorrio, puxando uma mexa de cabelo até atrás da minha orelha.

- Então tu quis dizer que quer me amar? - Ele questiona, abrindo um sorriso largo.

- E você é um tanto curioso, não acha? - E o sorriso dele vai se desfazendo lentamente. Eita, agora a coisa está ficando séria. Calma.

De repente, a mão daquele jovem rapaz passea sobre o meu rosto, pousando sobre o meu pescoço e seu rosto começa á se aproximar do meu. Espera, ele vai tentar me beijar? Espera, eu devo ter beijado uma ou duas vezes na vida, como eu faço isso mesmo?

Todos os pensamentos se calaram quando ele tocou seu lábio no meu, suavemente num selinho demorado. Eu fecho meus olhos assim como ele e tiro proveito do momento. Sinceridade, o Miguel beija muito bem mesmo. Durante o beijo, sua mão puxava minha nuca para mais perto, intensificando o beijo. Aquilo se tornou um beijo lento e de carinhoso foi para sensual. E não, não fui para a cama com ele. Ainda não.

Eu apoiei minha mão sobre seu peito, nos afastando lentamente. Olhar nos olhos dele foi como uma cachoeira de sentimentos. As borboletas estavam atiçadas e as minhas mãos tremiam. O que esse cara fez comigo?

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