Capítulo 8. - De Você Só Quero Amor

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GABI:

Acordei por volta das onze da manhã com a minha mãe me acordando com beijos no rosto. Eu olho para o lado e ela estava ali, toda carinhosa.

- Bom dia, minha flor. - Ela abre um lindo sorriso largo.

- Bom dia, mãe. - Sorrio de lado, escondendo a minha angústia.

- Você sabe que pode contar comigo sempre, certo? - E eu olho ao redor. Nem meu pai e nem meu irmão estão no quarto.

- Senta aqui. - Dou um espacinho no colchão para que minha mãe pudesse se sentar e a mesma o realizou. - Papai te contou o que aconteceu ontem á noite?

- Contou, filha. - Ela segura minha mão e acaricia. - Você está bem com isso?

- Eu... Na verdade, eu... - Eu olho para um ponto fixo naquele quarto que cheirava areia de praia.

- Ah não. - Ela me abraçou, me incentivando á não mais chorar. - Não chora, meu anjo.

Eu não me contive e me entreguei ao desejo insaciável de chorar. Eu não acreditava que, se eu não tivesse tido coragem, eu seria estuprada por um cara que não conheço e que, depois se fez de inocente. Agora eu entendo. Entendo tudo que a Sílvia queria me dizer sobre ser uma mulher sem vergonha.

Eu e minha mãe ficamos abraçadas por bons minutos e depois, ela me beijou na testa e olhou em meus olhos.

- Eu te admiro. Você foi forte ao ultrapassar suas barreiras e deter aquele homem. Você é forte. - E ali eu começo á chorar e tremer sem parar.

Depois de me incentivar á realmente parar de chorar, minha mãe me levou até o andar de baixo e me deu água com açucar. Meu irmão e meu pai estavam ali comendo, brincando com as frutas que, cujo as farias tinham carinhas desenhadas.

- Olha, mas que belas sementes você tem, dona melancia. - Meu pai faz a voz de um abacaxi com um rostinho boquiaberto.

- Meu caro abacaxi, não poderei te elogiar pois você está acabadinho demais para mim. - Meu irmão vira o pedacinho de melancia para que fique de costas para o abacaxi.

- Oh, a senhora não gosta de Sugar Daddy? - E a minha mãe bufa, tirando o abacaxi da mão do meu pai.

- Deixa de ser mal educado, William. - Acrescenta, colocando o abacaxi no centro da mesa. - Tá todo mundo olhando para você. Espero que esteja satisfeito.

- Calma, Heloísa. Só estou tentando amenizar a situação. - Meu pai diz, colocando a mão na bochecha e apoiando o cotovelo na mesa, decepcionado.

Nós nos sentamos e ficamos uns dois minutos conversando até que fôssemos interrompidos por uma moça alta. A mesma de ontem.

- Bom dia... - Ela se aproxima de nós com os braços unidos na frente do corpo e olhando para baixo, um tanto decepcionada. - Posso me sentar com vocês um tempinho?

- Claro, amada. Senta aí. - Minha mãe puxa uma cadeira para a mulher e ela se senta ao lado da minha mãe.

- Eu queria te pedir desculpas por tudo que o meu marido te fez ontem... - Ela me olha nos olhos. - Eu me sinto envergonhada por não ser capaz de notar esse monstro antes.

- Tudo bem... Você não tinha obrigação. - Digo, passando a mão nos cabelos.

- Mesmo assim eu peço perdão. Eu não acreditei em você quando você disse que ele tinha tentado... - E eu vejo uma lágrima escorrer pelo rosto dela. - Enfim...

- Bem, vamos levar essa bagunça até a cozinha. - Minha mãe se levanta, pegando algumas louças e meu pai e meu irmão fazem o mesmo, nos deixando sozinhas.

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