Lauren
Estávamos almoçando quando uma galinha saiu de entre as árvores.
— Camila, olhe atrás de você.
Ela se virou.
— Que diabo?
Observamos enquanto a galinha se aproximava. Ela ciscava, sem nenhum tipo de pressa.
— Havia mais uma afinal — concluí.
— Sim, a estúpida. — Camila apontou. — Se bem que ela é a última sobrevivente, então alguma coisa ela fez de certo, pelo menos.
Ela foi em direção a Camila, que disse:
— Ah, oi. Você sabe o que fizemos com as suas companheiras?
A galinha inclinou a cabeça e olhou para Camila como se estivesse tentando entender o que ela dissera. Então Camila falou:
— Vamos deixar esta viva, Lauren. Vamos ver se ela bota ovo.
E então construí um pequeno galinheiro. Camila pegou a galinha e a colocou do lado de dentro. Ela se sentou e olhou para nós dois como se estivesse feliz com a sua nova casa. Camila colocou um pouco de água em uma casca de coco vazia.
— O que galinhas comem? — perguntou ela.
— Não sei. Você é a professora. Você me diz.
— Eu ensinava inglês. Em uma grande área metropolitana.
Dei uma risada.
— Bem, não sei o que ela come. — Eu me abaixei no galinheiro e disse: — É melhor você botar um ovo, porque no momento você é só mais uma boca para alimentar. E, se não gostar de coco, fruta-pão e peixe, talvez você não goste daqui.
Juro por Deus que a galinha concordou com a cabeça.
Ela botou um ovo no dia seguinte. Camila quebrou-o em uma casca de coco vazia e mexeu com o dedo. Colocou a casca do coco perto das chamas e esperou que o ovo cozinhasse. Quando pareceu pronto, dividimos.
— Está fantástico — disse Camila.
— Eu sei. — Terminei minha parte em duas mordidas. — Eu não como um ovo mexido há tanto tempo... O gosto é exatamente como eu me lembrava.
A galinha botou outro ovo dois dias depois.
— Essa sua ideia foi ótima, Camila.
— Galinha provavelmente também acha — disse ela.
— Você deu o nome de Galinha para a galinha?
Ela pareceu envergonhada.
— Quando decidimos não matar, eu me apeguei.
— Tudo bem — falei. — Algo me diz que Galinha provavelmente gosta de você também.
* * *
Camila e eu fomos até a água para tomar um banho. Quando chegamos à margem, tirei meu short e sutiã, entrei virando-me para vê-la se despir.
Ela levou um tempo, primeiro tirando a blusa, e depois, devagar, o short e a calcinha.
Queria que ela pudesse fazer isso com música.
Ela se juntou a mim na água, e eu lavei o cabelo dela.
— Nosso estoque de xampu está perigosamente baixo — disse ela, dando um mergulho para enxaguar.
— Quanto temos?
— Não sei, talvez o suficiente para mais alguns meses. Nosso suprimento de sabonete também não está muito melhor.
Trocamos de lugar, e ela lavou o meu cabelo. Ensaboei as mãos e esfreguei-as por todo o seu corpo, e ela fez o mesmo comigo. Depois de nos enxaguarmos, nos sentamos na areia deixando o vento secar nossa pele. Camila se ajeitou na minha frente e se apoiou nos meus seios, relaxando enquanto o sol afundava no horizonte.
— Observei você tomando banho um dia — admiti. — Saí para procurar lenha e não reparei para onde estava indo. Mas aí eu vi você entrar no mar nua, me escondi atrás de uma árvore e observei. Eu não devia ter feito isso. Você confiou em mim, mas eu fiz assim mesmo.
— Você me observou alguma outra vez?
— Não. Eu queria, várias vezes, mas não fiz. — Inspirei profundamente e deixei o ar sair. — Você ficou chateada?
— Não. Sempre pensava se você tentaria me observar. Você viu se eu, hum, por acaso...
— Sim.
Eu me levantei e peguei-a pela mão. Entramos de volta na casa e nos deitamos no bote salva-vidas. Mais tarde ela me disse que eu era muito melhor do que óleo de bebê e a mão dela.
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On The Island
FanfictionUma ilha deserta e ensolarada, com vegetação luxuriante e banhada por um mar cristalino pode ser o cenário de um sonho. Ou de um pesadelo... Camila é uma professora de inglês de 30 anos desesperada por aventura. Cansada do inverno rigoroso de Chicag...