Capítulo 39 - Meia-volta.

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Lauren

Não consegui identificar o barulho no início. Mas de repente eu me dei conta: aquele som era de uma hélice de helicóptero ecoando a distância.

O som ficou cada vez mais fraco até que não consegui ouvir mais nada.

Volte. Por favor, dê meia-volta.

Ele não voltou. Minha esperança se transformou em desespero, e eu sabia que ia morrer. Minhas forças estavam se esvaindo, e ficava cada vez mais difícil me agarrar à viga. A temperatura do meu corpo caiu, e eu sentia dores em toda parte.

Imaginei o rosto de Camila.

Quantas pessoas podem dizer que foram amadas da maneira como ela me amou?

Meus dedos escorregaram da viga, e me esforcei para agarrá-la de novo. Segurei-me e fiquei boiando. Um sonho com tubarões fez com que eu acordasse sobressaltada. Um som abafado distante foi se tornando mais nítido.

Conheço esse som.

Minhas esperanças renasceram, mas eu já havia usado todas as forças que eu tinha e larguei a viga. Minha cabeça abaixou, e eu afundei. Instintivamente prendi a respiração o máximo que pude, até que não consegui mais.

Flutuei em um mar de nada, sem peso, até que outra sensação me dominou. Pensei que a morte traria alguma paz, mas ela doía, e seu peso opressivo esmurrava o meu peito.

De repente, a pressão desapareceu. Vomitei a água do mar e abri os olhos. Um homem com roupa de mergulho estava ajoelhado ao meu lado, as mãos pairando acima do meu peito. Minhas costas estavam apoiadas em algo sólido, e percebi que eu estava dentro de um helicóptero. Inspirei profundamente e, logo que enchi os pulmões de ar, eu disse:

— Voltem. Temos que encontrar a Camila.

— Quem? — perguntou ele.

— Camila! Temos que encontrar a Camila! 

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