Lauren
Eu estava na mata no momento em que Camila gritou. O grito veio de onde ficava a casa e, quando saí do meio das árvores, corri na direção do som.
Ela cambaleou e desmoronou no chão. Ofegante, disse:
— Água-viva.
Os contornos dos tentáculos haviam deixado marcas vermelhas nas pernas, barriga e peito de Camila. Eu não sabia o que fazer.
— Tire isso de mim! — gritou ela.
Quando olhei para baixo, vi alguns tentáculos translúcidos ainda grudados na barriga e no peito.
Puxei um, que me feriu.
Corri para o coletor de água e peguei o recipiente de plástico no chão perto dele. Enchi-o, corri de volta para onde Camila estava e joguei a água fresca em cima dela. Os tentáculos não soltaram, e ela gritou de dor, como se a água fresca piorasse.
— Lauren, tente água do mar — disse ela. — Rápido!
Ainda segurando o recipiente, disparei até a beira do mar e enchi o vasilhame. Voltei correndo e, dessa vez, quando joguei a água do mar em cima dela, Camila não gritou.
Ela choramingava no chão enquanto eu tentava descobrir o que fazer em seguida. Eu sabia que ela ainda sentia dor, pela maneira como se movia para a frente e para trás, lutando para achar uma posição confortável.
Eu me lembrei da pinça e corri para a mala de Camila para pegá-la. Quando voltei, tirei os tentáculos o mais rápido que consegui. Ela fechou os olhos e gemeu.
Eu havia tirado quase todos quando a pele de Camila começou a ficar vermelha, não só onde ela havia sido ferida, mas por toda parte. Suas pálpebras e lábios incharam. Entrei em pânico e joguei mais água do mar nela, mas não ajudou. Seus olhos se fecharam de tão inchados.
Corri para a cabana, peguei o kit de primeiros socorros, voei de volta para a areia perto dela e abri a tampa, jogando tudo para fora. Quando peguei o frasco com o líquido vermelho dentro, ouvi sua voz na minha cabeça.
Isso pode salvar sua vida. Faz parar uma reação alérgica.
A essa altura o rosto de Camila lembrava um balão, e seus lábios estavam tão inchados que a pele havia rachado. Tive que brigar com a tampa à prova de crianças, mas, assim que a tirei, coloquei meu braço embaixo de Camila, levantei sua cabeça e joguei antialérgico dentro da sua garganta. Ela tossiu e cuspiu. Eu não fazia ideia de quanto tinha lhe dado.
A parte de cima do seu biquíni saiu do lugar quando eu a levantei. Estava muito grande, já que ela tinha perdido peso, e, quando olhei, vi alguns tentáculos do lado de dentro, ainda ferindo sua pele.
Arranquei a parte de cima, assustando-me com as marcas nos seus seios. Eu a deitei novamente, joguei o resto da água do mar nela e tirei os tentáculos com a pinça.
Tirei minha camiseta e cobri Camila.
— Você vai ficar bem, Mila. — Então segurei a mão dela e esperei.
Quando sua pele não estava mais tão vermelha e o inchaço havia melhorado um pouco, olhei o conteúdo do kit de primeiros socorros jogado no chão. Depois de ler todos os rótulos, escolhi um tubo de pomada de cortisona.
Comecei nas pernas dela e fui subindo, passando a pomada nos ferimentos.
— Isso melhora?
— Melhora — sussurrou ela. Seus olhos não estavam mais tão inchados, mas ela não os abriu. — Estou tão cansada.
Eu não sabia se podia deixá-la dormir, com medo de talvez ter-lhe dado uma overdose. Quando verifiquei o frasco do antialérgico, ainda havia bastante do remédio lá, e a bula dizia que ele poderia causar sonolência.
— Tudo bem, pode dormir.
Ela desmaiou antes que eu terminasse a frase.
Passei a pomada na barriga dela, mas, quando cheguei nos seios, hesitei. Acho que ela não tinha reparado que eu havia tirado a parte de cima do biquíni dela, ou talvez não tenha se importado.
Levantei a camiseta que a cobria e me encolhi.
Seus seios estavam horríveis. Feridas em alto-relevo se espalhavam sobre a sua pele, algumas já formando crostas com o sangue seco.
Eu me mantive focada, pensando apenas em ajudá-la, e apliquei a pomada cuidadosamente com a ponta dos dedos. Quando terminei, chequei para ver se deixara passar alguma ferida.
A cor da pele dela estava normal de novo, e o inchaço havia desaparecido. Esperei mais um pouco, depois a levantei e a carreguei para o bote salva-vidas.
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On The Island
FanfictionUma ilha deserta e ensolarada, com vegetação luxuriante e banhada por um mar cristalino pode ser o cenário de um sonho. Ou de um pesadelo... Camila é uma professora de inglês de 30 anos desesperada por aventura. Cansada do inverno rigoroso de Chicag...