Capítulo 21 - Loção de bebê.

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Lauren

Camila estava acordada e sentada perto do fogo quando voltei da pescaria, na manhã seguinte.

— Como está a sua mão?

Ela estendeu a palma da mão, e eu levantei o Band-Aid.

— Não parece tão ruim — concluí. Dava para ver que ferida denteada tinha sangue pisado, e a mão dela inchara um pouco durante a noite. — Vou limpar de novo e colocar outro Band-Aid, está bem?

— Tudo bem.

Usei outro lenço umedecido em álcool na mordida.

— Você parece cansada.

Percebi que ela estava com olheiras.

— Não dormi muito bem.

— Quer voltar para a cama?

Ela negou com um gesto de cabeça.

— Eu tiro uma soneca mais tarde.

Coloquei um Band-Aid novo na mão dela.

— Pronto. Você está nova em folha.

Ela não deve ter me escutado, porque estava olhando para algum ponto no vazio e não disse nada.

Mais tarde naquela manhã, terminei de fazer a estrutura da casa e comecei a colocar as paredes.

As árvores de fruta-pão produziam uma seiva leitosa, e eu tapava as frestas com ela.

Camila trabalhava silenciosamente do meu lado, segurando tábuas ou me passando os pregos.

— Você está quieta — falei.

— Estou.

Martelei um prego na tábua, prendendo-a na estrutura, e disse:

— Está preocupada com a mordida?

Ela confirmou.

— Aquele morcego parecia doente, Lauren.

Larguei o martelo e enxuguei o suor dos olhos.

— Ele não parecia bem — admiti.

— Você acha que ele tinha raiva?

Posicionei mais uma tábua e peguei o martelo.

— Não. Tenho certeza que não.

Entretanto, eu sabia que morcegos às vezes carregavam doenças.

Camila inspirou profundamente.

— Vou ter que esperar, eu acho. Se eu não ficar doente em um mês, provavelmente estou bem.

— Quais são os sintomas?

— Não sei. Febre, talvez? Convulsões? A doença ataca o sistema nervoso central.

Isso me assustou à beça.

— O que faço se você ficar doente?

Tentei lembrar o que havia no kit de primeiros socorros.

Camila fez um gesto negativo com a cabeça.

— Você não faz nada, Lauren.

— Por que não?

— Porque, sem vacinas contra raiva, a doença é fatal.

Não consegui respirar por um segundo, como se o ar tivesse me faltado.

— Eu não sabia disso.

Ela confirmou, com lágrimas nos olhos. Deixei o martelo cair e coloquei minhas mãos nos ombros dela.

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