🅝︎Ⓐ︎🅚︎Ⓔ︎🅓︎ ᯽ᵛⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳ᯽

+Preguiça de comer

~CLARYSSA~

se passaram duas semanas desde a morte da minha mãe.

E, sinceramente, eu acho que morri junto com ela.
Eu não choro desde o funeral. Minha psicóloga disse que eu estou reprimindo a dor.

Sobre o meu pai: ele foi morar no condomínio da Sway, que se mudou para uma mansão.
Eu continuo morando com eles, mas meu pai quase não fica em casa por conta do trabalho.

Os gêmeos, Apolo e Aurora… minha mãe escolheu esses nomes.
Eles estão ficando fortes, e isso é bom.

Entrei na sala de aula.

— Claryssa — sorriu — e aí, como vai?

— Bem, obrigada — falei, sentando na mesa ao lado da Madison, como sempre.

A menina me olhou preocupada, mas eu ignorei.

Abri o livro na página em que todo mundo estava.

E, ironicamente, o assunto era exatamente como minha mãe morreu.

O professor começou a falar, e meu maxilar travou de raiva.
A cada segundo, me lembravam da morte dela.

— Então, como se chama? — perguntou o professor.

— Trauma cardíaco penetrante por arma branca ou, em outro caso, arma de fogo — respondi de imediato, e todos os olhares se voltaram pra mim. — Que foi?

— Excelente, Claryssa — ele sorriu.

— É, né? — sorri de volta. — Tenho estudado. — Ironizei.

O professor não percebeu o tom e apenas continuou falando, e falando, e falando… sobre isso.

Quando foi que eu entrei em um curso de enfermagem?

Hora do intervalo.

Sentei com o mesmo pessoal de sempre.

— Quer minha maçã? — Vinnie perguntou, com um sorrisinho.

— Não, obrigada — respondi, devolvendo o sorriso.

— Então toma seu suco — insistiu.

Olhei pro copo e dei um gole. Vinnie sorriu e continuou comendo o biscoito.

De repente, senti um puxão no cabelo. Virei pra trás.

Qual é? Eu estava quieta!

Jaden estava sorrindo.

Peguei a bandeja com o suco e levantei, batendo nele com ela.

— Eu estava quieta, e você vem provocar? Parece que não cansa! — falei, chutando o menino repetidamente.

Vocês viram, né? Ele que provocou!

— Clary — Vinnie me puxou. — Calma!

— Cara, mas você é bravinha, hein? — Jaden provocou.

— É que eu sinto uma vontade imensa de quebrar seu pescoço. Mas fica tranquilo, isso não foi uma ameaça — falei, me soltando do Vinnie.

Saí do refeitório, e Bryce veio atrás de mim.

— Você quer conversar? — perguntou.

— Não — respondi seca.

— Você espancou um menino no refeitório, sabia disso, né? — ele falou.

— Não, Bryce, perdi a memória — ri com ironia. — Ele puxou meu cabelo.

— Clary, olha pra mim — ele pediu, parando na minha frente.