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~CLARYSSA~

— Tá tudo aqui? — meu pai perguntou, olhando pro porta-malas do carro.

— Sim — falei.

— Ótimo — sorriu. — Minha filhinha vai pra faculdade... tô chorando.

— Que isso, pai — falei rindo.

Saí do abraço e percebi que os olhos dele estavam realmente vermelhos.

— Vamos nos falar todos os dias — disse. — E você tem que passar mais tempo com os gêmeos. Mostra a foto da mamãe todos os dias pra eles, pra não acharem que a babá é mãe deles.

— Pera, muita instrução... deixa eu anotar — brincou. — Você acha que dá conta de morar sozinha em Nova Iorque?

— Tenho quase certeza que sim — respondi. — Eu sei me cuidar.

— Eu sei que sabe — falou sorrindo.

— Vai me esperar no aeroporto? — perguntei.

— É claro. E não se atrasa — respondeu.

— Ok. — Entrei no carro do Vinnie. — Onde vamos?

Ele apenas sorriu e ligou o carro, dando partida.

— Vinnie, onde a gente tá indo? — perguntei. — Eu tenho que estar no aeroporto às 16h, porque o voo sai...

— 16h30, eu sei — riu. — Você passou os dois últimos dias falando sobre isso. — Me deu uma breve olhada e voltou a encarar a estrada. — Sabe... eu até cogitei ir morar com você.

— Sério? — olhei pra ele, surpresa.

— Sim, mas não dá. Mesmo sendo só três horas daqui, ainda seria longe da minha família — explicou. — E tem a Sway também.

— Ah, claro — murmurei.

— Mas você pode chegar em casa e me encontrar na sua cama com uma barra de chocolate na mão — falou, brincando. — Eu posso ir te ver às vezes.

— Eu tinha gostado mais da ideia de você morar comigo, mas essa também serve — falei, e ele riu.

— Mas tem um problema — disse, e eu o encarei. — Eu não sei o endereço do seu apartamento.

Soltei o ar que estava prendendo.

— Você tem noção que quase me matou do coração? — falei.

— É? — riu.

— Sim! Parei de respirar por um momento! — ele olhou pra mim e riu, voltando a focar na estrada.

— Você vai ter férias no meio do ano, então pode vir pra cá, se quiser, é claro — falou.

— Então é oficial: vamos namorar à distância — disse.

— Sim — sorriu. — Vamos fazer dar certo, ok? — estendeu a mão.

— Ok. — Peguei na mão dele. — Agora me diz: onde estamos indo?

— Ao mercado — respondeu.

— Ao mercado? — franzi o cenho.

— Você já vai saber — disse, sorrindo.

Chegamos ao mercado e ele saiu tacando um monte de coisa no carrinho.

— Pra que tudo isso? — perguntei, rindo.

— Espere e verá — respondeu.

Pagamos, saímos do mercado e ele dirigiu até um lugar que não me era estranho.

🅝︎Ⓐ︎🅚︎Ⓔ︎🅓︎ ᯽ᵛⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳ᯽Onde histórias criam vida. Descubra agora