~CLARYSSA~
Acordei em um dos quartos do hospital.
Vi Sam no quarto, junto da minha avó e da Nicole.
— Oi — minha avó sorriu fraco e deu um beijo na minha testa.
Minha mãe morreu.
É só isso que passa na minha cabeça agora.
A imagem dela morta.
— Meu pai? — perguntei. — Ele ainda está vivo?
Eles se surpreenderam com a minha pergunta.
— Ele está na sala ao lado — minha avó respondeu.
— Cadê o Vincent? — perguntei.
— Ele ficou com você o dia todo, foi comer alguma coisa — Nicole falou.
— Eu quero ver meu pai — falei.
— Claro, princesa — Sam respondeu.
Levantei da cama e tirei os troços do meu braço e os adesivos do meu peito.
— Ei, ei, ei! — Lincoln entrou no quarto. — Pensa que está fazendo o quê?
— Eu vou ver meu pai — respondi, me levantando um pouco tonta.
— Você me pediu permissão? — perguntou.
— Você não é meu pai — falei brava. — Agora sai, por favor, da minha frente.
Empurrei ele pro lado e saí do quarto.
Fui até o quarto ao lado, e meus tios me olharam com um sorriso triste.
Olhei para o meu pai — ele estava acordado.
— Claryssa — ele sorriu. — Vem cá. — Bateu na cama ao lado dele.
Deitei ao lado dele.
— A mamãe morreu — chorei.
Ele me abraçou forte.
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(Três dias depois)
Os gêmeos estão bem, se recuperando. Ainda estão no hospital por serem prematuros.
— Merda — meu pai resmungou, tentando amarrar a gravata pela décima vez.
— Eu faço pra você — falei.
Ele se virou pra mim e me deu um sorriso fraco.
Fiz o nó na gravata dele e sorri.
Hoje é o funeral dela, e eu tenho que falar lá na frente.
Descobriram quem invadiu a casa.
Foi um homem cujo caso minha mãe estava encerrando. O mesmo que nos atingiu com a van e que atirou nela e no meu pai.
Já pegaram ele. Agora está preso por homicídio, tentativa de homicídio, invasão de propriedade, roubo e outras coisas.
A caminho do funeral, Maya estava encostada no meu ombro, dormindo sobre a minha perna.
Ela sabe desde o dia em que acordei.
Foi difícil contar pra ela, mas no final ela entendeu.
A menina acariciava minha mão com carinho.
Quando pisei no cemitério, meu corpo quase desabou, mas Vinnie me segurou, me abraçando.
Tava todo mundo ali.
Addison, depois de meses, deu as caras.
Estava todo mundo com um semblante ruim — e pra ser realista, acho que ninguém apareceria sorrindo em um funeral.
Odeio funerais.
Pessoas que foram falsas contigo a vida toda te abraçando e falando coisas que você nem presta atenção.
Odeio a sensação de ter que deixar ela ir embora.
Ver o caixão sendo coberto por terra e sentir que perdi minha melhor amiga.
O funeral começou, toda a cerimônia, pessoas falando palavras bonitas...
Chegou a minha vez.
Mantive os óculos escuros nos olhos por causa das olheiras que não consegui esconder.
Olhei pro papel, depois pro caixão fechado.
— Sthefany James era minha mãe. E em nosso último diálogo, ela disse: “Te vejo sexta.” — sorri. — Eu acho que a única palavra que pode me descrever agora é dor. Dor de perder minha melhor amiga, a pessoa em quem confiei — e ainda confio — minha vida.
Uma vez, você me disse: “A única coisa que podemos ter certeza é a incerteza.”
Eu não tinha certeza se estaria viva até o seu dia chegar.
Respirei fundo.
— Preparei uma carta linda pra ler hoje, mas a única coisa que eu queria dizer é: eu te amo. Uma última vez.
Eu vou sentir sua falta até o meu último segundo de vida, mas, como você disse, eu sou forte.
Superar? Ninguém supera.
Mas eu vou levar.
Vou guardar pra sempre os momentos que tive com você — como a primeira vez que andei de bicicleta, e você quase me socou quando eu caí porque comecei a chorar.
E então disse: “Meninas fortes não choram. Elas levantam e continuam tentando.”
Você sempre foi meu anjo da guarda, mamãe, e eu te amo eternamente por isso.
Mas isso não é um adeus. Nunca é um adeus.
Eu tenho certeza que um dia eu vou te ter de volta.
Sorri, e deixei uma lágrima cair.
— Eu te amo — falei baixinho, e saí dali da frente.
Voltei pro meu lugar, do lado do meu pai, que me olhou com um sorriso triste e os olhos marejados.
— Chamando a Agente James... é a última chamada para Agente James... sem respostas — disse o oficial. — O rádio número 3.4 está fora de serviço. Depois de 11 anos e 8 meses na força policial, ela se foi... mas não será esquecida.
Fecharam a bandeira, dobraram e entregaram para mim.
— Dispensados — disse o sargento, e o caixão desceu.
Encostei no ombro do meu pai, que segurou minha mão, e senti outra mão sobre meu ombro.
De algum modo, eu sabia que era o Vinnie.
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Nota da autora:
Gente, desculpa por não ter postado de madrugada como eu sempre faço, mas eu recebi a notícia de que meu cachorrinho (Spike) morreu ontem, e eu tô muito triste com isso, porque ele era meu melhor amigo.
Então... só me desculpem, tá?
Vou tentar postar outro capítulo ainda hoje, ok? ❤️
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🅝︎Ⓐ︎🅚︎Ⓔ︎🅓︎ ᯽ᵛⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳ᯽
Fanfiction𝚃𝚞𝚍𝚘 𝚌𝚘𝚖𝚎𝚌̧𝚘𝚞 𝚌𝚘𝚖 𝚞𝚖𝚊 𝚏𝚘𝚝𝚘, 𝚌𝚘𝚖𝚘 𝚜𝚎𝚛𝚊́ 𝚚𝚞𝚎 𝚟𝚊𝚒 𝚊𝚌𝚊𝚋𝚊𝚛? 𝐀𝐥𝐞𝐫𝐭𝐚 𝐝𝐞 𝐠𝐚𝐭𝐢𝐥𝐡𝐨 ⁱⁿⁱ́ᶜⁱᵒ:10/06/2021 ᶠⁱⁿᵃˡ:12/07/2021 𓀡está fanfic está sendo corrijida...𓃗
