🅝︎Ⓐ︎🅚︎Ⓔ︎🅓︎ ᯽ᵛⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳ᯽

=Acampamento 2/4

~CLARYSSA~

Montamos as redes nas árvores...
Madison ficou na primeira (mais baixa), Addison na do meio, e eu na última - a mais alta.

Só que, sinceramente, tô com medo de cair em cima das meninas.

- OUUUH! - chamei a atenção dos meninos. - Me tirem daqui, por favor... Vincent? - olhei pra ele.

- Me chama de Vinnie e eu te tiro.

- Bryce, ajuda aqui, por favor - insisti, olhando pro menino.

- Chama ele de Vinnie.

- Eu não vou chamar ele assim - falei o óbvio.

- Então vai ficar aí em cima - Noah disse, voltando a olhar pro celular.

Ok... sou uma ginasta semi-profissional. Eu consigo descer daqui.

Prendi o cabelo, fiquei em pé na rede com muito cuidado, fui andando até a árvore e, de lá, dei um mortal front full, cravando certinho no chão.

- HÁ! - sorri. - Profissional, baby - me gabei.

- Co... como você fez isso?! - Blake me olhou em choque.

- Ginástica artística a vida toda - sorri e fui até o Vincent. - Você é um péssimo namorado... eu podia ter caído de lá.

- Mas não caiu - sorriu, segurando meu rosto com as duas mãos e me dando um selinho demorado.

Saí de perto dele e peguei uma cerveja no cooler da caminhonete.
Sentei perto da Cynthia e do Quinton - que estavam, de novo, se pegando.

- Eca - comentei, abrindo a cerveja e desviando o olhar.

Peguei o celular e apareceu "procurando mensagens" nas notificações. Tinha um lugar específico onde o sinal pegava, e claramente eu não estava lá.
Levantei na esperança de ser meu pai e fui até a área onde o sinal funciona... mais ou menos.

Enfim, minha mãe.

> "E aí :)"
> "Vocês estão bem?"
> "Já comeu?"
> "Vi seu Instagram."
> "Eu já sabia, pra falar a verdade. Vi o colar no seu pescoço e no dele. Só quero que saiba que estou do seu lado, tá bem?"
> "Bjs"

Sorri.

> "Oi.
> Estamos bem, e sim, já comi. Fico feliz em saber que está do meu lado.
> Bjs"

Mandei e desliguei o celular... que logo acendeu de novo.
Sorri achando que era meu pai, mas o sorriso se desfez quando li:

> "Então é isso, né? Preferiu mostrar pra internet ao invés de falar com seus pais.
> Não apoio, não gosto, não quero.
> Mas enfim, quando chegar a gente conversa."

Tomei a cerveja num gole só.

> "Sério?! Pensei que você mandaria um *'tá tudo bem, filha?'* ou sei lá...
> Essa mensagem só me mostrou o tanto que você não se importa.
> E quer saber? Você não tem que gostar de nada, o relacionamento é meu, assim como a MINHA vida.
> Tá puto com alguma coisa? Então fala. Não precisa descontar essa raiva toda em mim.
> Acho que foi até bom eu ter vindo. Talvez eu me afogue e morra logo. Assim você vai ver a infelicidade que me causou durante a semana inteira em que não teve coragem de mandar nem um 'oi'."

Mandei rápido. Comecei a andar em círculos, esperando ele pelo menos visualizar.

Visualizou. E não respondeu.

Talvez esteja pensando. Ou talvez... simplesmente não se importe.
Botei o celular no bolso, olhei pro céu e ri com ironia, tampando o rosto com a mão.