Sacrifícios

Capítulo 42: Confronto

Corri do abraço carinhoso de Edward, a dor insuportável por dentro prestes a me rasgar em duas. Não me importando para onde estava indo, mas decidida a escapar, sem sucesso tentei limpar minha mente, concentrando-me em colocar distância entre mim e todos os outros. Evitei a frente do prédio, onde os táxis esperavam pelos convidados embriagados desse evento que de repente deu terrivelmente errado. Eu sabia que assim que saisse da visão humana, poderia correr mais rápido sem chamar a atenção indesejada para mim. Eu me dirigi para a floresta densa que cercava o campus - esperando que minha familiaridade com a área funcionasse a meu favor.

Os sapatos que Alice tinha cuidadosamente selecionado para mim estavam me atrasando. Eu pulei em um pé, removendo o sapato direito e depois o esquerdo. Eu os juntei em minhas mãos, empurrando minhas pernas para me mover mais rápido. Os únicos sons que meus ouvidos registraram foram as folhas mal estalando sob meus pés e o farfalhar suave do meu vestido. Eu continuei aumentando a velocidade tentando escapar dele.

Embora eu não pudesse sentir realmente, a noite estava fria e ventosa, e a escuridão estava sobre mim. A única luz no céu era uma lua gorda e cerosa, iluminando meu caminho através da floresta, embora meus olhos mal precisassem de ajuda. Eu já havia passado por esta parte da floresta antes e sabia a direção para voltar para casa.

Eu esperava fugir dele, encontrar o caminho de volta para minha casa e me trancar antes que ele pudesse me encontrar. Não que uma simples fechadura o manteria fora se ele estivesse determinado a me encontrar. Eu estava me lembrando de como costumava deixar as janelas destrancadas para ele em Forks, quando de repente ouvi o som quase indiscernível de seus pés mal fazendo contato com o chão de terra.

Minha mente podia sentir o vento chicoteando seu cabelo cor de bronze e meus dedos formigaram com a memória de tê-lo tocado poucos minutos atrás. Minha mente voltou para a primeira vez que ele correu comigo em suas costas - mesmo tão assustada como eu estava, eu podia sentir seu cabelo na minha bochecha, a maciez dele me fazendo querer estender a mão e tocá-lo.

Pensamentos flutuaram em minha mente, espontaneamente - para a primeira vez que ele me beijou na minha velha caminhonete, algo que eu desejava desde o dia em que o vi pela primeira vez no refeitório da Forks High. Meus olhos começaram a arder com aquelas lágrimas malditas que não podiam ser derramadas.

Por que ele me beijou? Porque agora? Por que esta noite? Por que ele cantou tão baixinho no meu ouvido, as palavras tão ternas, tão sinceras que me fez acreditar, mesmo que por um momento, que ainda me amava? Por que depois de todo esse tempo ele me machucaria de novo? Isso tudo era apenas um jogo para ele? Eu estava tão confusa que meu ritmo começou a diminuir, enquanto meu foco se voltava para organizar a confusão de pensamentos que corriam pela minha mente, embora as revelações que estavam começando a se formar fossem impossíveis de acreditar.

Senti minha tristeza, confusão e o início da raiva começando a crescer e aquele escudo invisível, meu dom como Carlisle o chamou, começou a ganhar força. Eu encontrei o interruptor em minha mente e tentei nivelá-lo, sabendo que minhas emoções estavam transbordando e tomando conta. Eu me lembrei de quando eu destruí Victoria e mesmo com a raiva que eu estava, eu não queria machucá-lo. Já havia dor suficiente ...

Corri mais, empurrando minhas pernas até que não pudessem ir mais rápido, mas podia ouvi-lo se aproximando de mim como um homem possesso. Lembrei-me de quão rápido ele correu comigo para escapar de James naquela noite horrível. Agora, estávamos no fundo das árvores antigas e espessas que cercavam o campus.

_Bella, espere. Por favor, -ele chamou, sua bela voz implorando para que eu ouvisse.

Sem minha permissão, meu coração parou meu corpo, o movimento tão rápido que quase caí para frente. Meus olhos se fecharam, sabendo que o que estava por vir tinha o potencial de se tornar catastrófico, destruindo minha existência novamente. Mas também sabia que era inevitável, e que minha corrida só atrasaria a conversa horrível que eu sabia que viria ... já naquela primeira noite fatídica na recepção da faculdade.