Posso ser quem eu quiser

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    O jantar havia sido um sucesso. Aconteceu tudo conforme o planejado. Olivia não poderia estar mais feliz. Ela conseguiu juntar sua família e amigos numa noite que ficaria em sua memória para sempre. Naquele momento o restaurante estava silencioso, as luzes fracas e as velas apagadas há muito tempo em cima das mesas. Melissa levou os pais para casa logo após a sobremesa. Sua mãe e tia foram as últimas a se retirar e, naquele momento restavam apenas Ben, Ana, Thomas, Ian e Pedro degustando uma taça de vinho. Marcelo ainda estava na cozinha e os encontraria em breve, assim que terminasse de deixar tudo brilhando por lá. E esse era um dos motivos pelo qual Olivia sentia-se grata por ter escolhido os dois para continuar o legado do seu pai. Havia chegado a hora e enquanto termina seu mouse de chocolate, ela decide falar.

- Pessoal eu preciso falar uma coisa para vocês. - Ela olha para cada um deles e continua - Uma decisão que eu tomei e que gostaria de compartilhar. Você pode chamar o Marcelo?

   Pedro a encara apreensivo. Ela sorri para acalma-lo e Ben segura sua mão, dando força e apoio para a namorada.

   O casal que agora está sentado à sua frente, parece cansado mais feliz. Olivia os conhece desde pequena, sabe tudo sobre eles. Como se conheceram, como se apaixonaram e como se tornaram um par tão completo e lindo. Olivia pode testemunhar como sofreram quando não conseguiram adotar uma criança, mas eles nunca perderam a esperança disso acontecer um dia. Ela sabe como é o coração deles. Pedro é emoção, paixão e pura felicidade. Marcelo é realidade, pé no chão e sensibilidade. Eles serão pais perfeitos um dia e qualquer criança que faça parte da vida deles será a mais feliz do mundo. Definitivamente são as pessoas adequadas para dar continuidade ao trabalho do seu pai.

- Todos vocês sabem que essa semana eu viajei para encontrar a minha mãe. Essa viagem foi para avisa-la da reabertura e para pedir sua benção e sua permissão para fazer o que estou prestes a fazer.

- Você quer matar a gente? - Ana pergunta - Fala logo o que está acontecendo.

- Eu gostaria primeiro agradecer vocês pelo apoio, amizade e por não terem desistido de mim em momento algum. - Ela encara seus amigos - E dizer que essa decisão foi tomada após eu encontrar uma carta do meu pai em seu escritório. Apenas eu, mamãe e tia Beth lemos e, deixarei vocês terem acesso a ela em breve. Nessa carta ele dizia o quanto encontrava-se feliz quando descobriu que minha mãe estava grávida e como ele teria que desistir de muitas coisas por causa disso.

   Ana começa a chorar. Olivia levanta e senta ao lado da amiga a abraçando. Enquanto todos observavam as amigas ali, juntas e se apoiando, Olivia diz o que estava guardando para si mesma durante toda essa semana.

- Por favor não pensem que essa decisão foi fácil. Eu pensei muito sobre isso antes de estar aqui contado para vocês. Mas entendam que ela é definitiva. Eu não vou mudar de ideia e nem repensar minha escolha.

- Olivia, a gente ama você e seja lá o que estiver tramando sabe que pode contar com a gente. - Diz Thomas. - Estamos aqui por você.

- Eu sei amigo. Sou muito grata por ter vocês em minha vida e rezo todas as noites para que continue assim. Sei o quanto vocês lutaram por esse restaurante nas últimas semanas e quero que entendam que essa decisão não diminui tudo que fizeram aqui.

- Minha menina - Diz Pedro - Você está me deixando nervoso. O que está acontecendo?

- O que estou tentando dizer Pedro e Marcelo - Ela os encara - É que eu quero fazer uma negociação com vocês.

- Que tipo de negociação? - Pergunta Marcelo.

- Quero que vocês fiquem com o restaurante. Cinquenta por cento dele será de vocês, vinte e cinco será da minha mãe e o resto vou dividir entre Ana, minha tia e eu.

Todas as coisas que odeio em vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora