Todas as coisas que odeio em você

Sim, sim, sim... Sim!

   Um mês após o ano novo, a mãe de Ben decide fazer uma festa para o pai que está voltando para casa. Eles passaram a semana inteira discutindo sobre isso, e é exatamente o que estão fazendo agora.

– Eu disse que não vou Benjamin. Não faz sentido sua secretaria comparecer à festa de família na casa do chefe. Provavelmente sua mãe fará muitas perguntas e uma delas com certeza será, "o que ela está fazendo aqui?". Eu não sou ninguém!

– Para com isso Olivia. Vamos mesmo perder tempo discutindo de novo? Você vai, e ponto final. Pare de dizer o tempo todo que não é ninguém. Você não faz ideia do que significa para mim não é mesmo?

– Não faço – suspira - E não vou. Ponto final! Não existe forma de me obrigar a fazer isso. Será que não entende como vou ficar sem graça e totalmente fora do lugar.

– Existe um jeito de faze-la ir e é assim que vou te convencer.

   Ele sorri daquele jeito que a deixa sempre sem ação. Durante todo esse mês Olivia notou que Ben está mudado. Não é mais aquele cara que ela teve medo no primeiro dia de trabalho. Está mais feliz. Todos os resquícios do homem rabugento e antissocial se foram. Até as pessoas no hotel estão olhando de uma forma diferente, algumas dizem que ela é o motivo dessa felicidade toda. Olivia dúvida muito, mas no fundo deseja realmente ser o motivo. Essas semanas que passaram, entre uma carona e outra, eles tiveram a oportunidade de conversar muito e conhecer melhor um ao outro. Ele a tratou como uma amiga. Não tentou toca-la, ou beija-la. Está sendo paciente e aguardando sua decisão. Em algumas noites quando atrás para casa, sente vontade de agarra-lo e beijar todas as partes do seu lindo rosto quando ele a provoca. Mas aquela dúvida ainda segue forte em seu coração. Será que deve arriscar? Seu trabalho, por um homem. Não um homem qualquer, mas seu chefe.

   No sábado à noite Ben está parado na sala da sua casa conversando com os seus pais quando Olivia saio do quarto. Leva um susto tão grande que solta um gritinho ridículo. Ben ri e seus pais ficam surpresos. Está vestindo um moletom e tope de ginastica, segurando um copo de refrigerante, o cabelo todo bagunçado, se sente ridícula e com raiva dele ao mesmo tempo. Ben como sempre está lindo de morrer, de calça jeans e uma blusa preta que deixa os músculos do corpo dele definido, o cheiro do seu perfume toma conta da sala. Lumus sai correndo do quarto e pula no colo dele como se fossem melhores amigos.

– O que você está fazendo aqui?

– Vim te buscar para festa, esqueceu? – Ele sorri e minhas pernas ficam bambas.

   Então era esse o jeito de convence-la que ele tinha em mente? Por que duas coisas poderiam acontecer, uma - ele decidir ficar por ali e ser bombardeado de perguntas pelos pais dela - ou duas - ele faltar a festa de boas-vindas do pai dele por culpa dela - isso seria péssimo para o seu emprego. Isso era golpe baixo e vai ter volta. Olivia se finge de idiota e responde;

– Perdi a hora, desculpe. Tenho certeza de que você não vai querer ficar me esperando e tudo mais, então, eu entendo se quiser ir embora e deixar para uma próxima.

– Não, está tudo bem. – Ele senta no sofá ao lado do meu pai. – Temos tempo, eu espero.

   Inacreditável! Como ele consegue ser assim tão sínico. Revira os olhos e volta para o quarto. Pega um vestido vermelho que quase não usou e saltos pretos para combinar. Arruma o cabelo num coque e deixo alguns fios soltos, usa pouca maquiagem e quando está terminando o delineador ele bate na porta e entra sem esperar uma resposta.

– Eu poderia estar pelada sabia? – Gira o corpo encarando-o.

– Eu não seria tão sortudo assim Olivia. – Ele bate a porta. Caminha na sua direção e diz. – Você está bonita pra cacete. Eu quero tanto te beijar Olivia, mas estou fazendo o que posso para me segurar. Não quero que seus pais entrem e vejam uma cena, então, vamos logo para que eu possa fazer isso com mais privacidade.