Capítulo XXX

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Lá estava Flor, sentada na frente de quem supostamente teria a chave do seu coração guardada consigo. Era assustador, saber que Izabel tinha tamanho poder sobre ela e o pior, ela nem tinha noção disso. Há um bom tempo Flor tinha entregado essa chave e se tornado completamente vulnerável em relação a maior e por isso sentia que precisava desesperadamente resolver tudo com ela, mas agora, ali sentada na frente da garota, sentia um nó se formar em sua garganta e tudo que as duas passava na frente dos seus olhos.

Parecia ridículo, porque ela não se sentiu assim quando a viu pela primeira vez desde que voltou, na verdade as duas únicas coisas existente entre as duas era a tensão e a sensação de libertação que ambas ansiavam.

Então por que ela só não falava?

Abria a boca e dizia tudo que ela precisava dizer?

Porque a ideia de que tudo aquilo terminasse com as duas seguindo caminhos diferentes sufocava Maria Flor e a tornava muda e para ajudar Izabel também não tinha dito nada desde o momento que Flor tinha chegado na sua casa.

Talvez ela se sentisse do mesmo jeito que Flor, mas não tinha como a menor saber, não se ela não perguntasse.

— Eu... — Respira fundo — Eu não sei... — Flor começa.

— Nem eu. — Izabel complementa já sabendo do que a garota falava.

— Era mais fácil, antes da minha mãe aparecer... era mais fácil.

Izabel concorda com a cabeça e desvia o olhar por alguns segundos.

— Eu disse que te esperaria — Izabel começa — Não pretendo descumprir essa promessa.

— Não quero segurar você comigo, não quando nem consigo te dizer como eu me sinto.

— É o que eu quero.

— Seria tortura e eu ja te causei mal o suficiente.

— Você não fez de propósito.

— Isso não diminui o que aconteceu.

— Não, não diminui.

Mais uma pausa acontece enquanto as duas se encaravam, ambas tentando adivinhar o que a outra estava pensando, sem querer dizer nada que ultrapassasse a linha imaginária que ambas traçaram.

— Vamos começar do dia que você teve que ir embora. Quando Ângelo e Amanda disseram todas aquelas coisas.

— Tudo bem — Flor diz e se ajeita na poltrona — Nesse dia eu... eu estava escondendo de você que minha mãe estava na cidade e que ela queria me levar com ela.

— Por que?

— Eu achei que... eu vi o estado em que toda minha família estava e não queria que você ficasse assim também.

— Você assumiu que eu não iria aguentar.

— Não — diz rápido, mas logo se dá conta — Sim. — Confirma por fim.

— Então teve toda a situação com a Amanda e o Ângelo e...

— Eu só tive a confirmação do que eu já achava.

— Sem nem me consultar? — Questiona irritada

— Você não disse nada, não pareceu que iria dizer, de verdade Izabel, até eu concordei com tudo que Amanda disse naquele dia.

— Mas eu não! — Revela exacerbada — Eu não, Flor. Eu já estava irritada com Amanda e sinceramente? Cansada de te ver mal e não poder fazer nada para ajudar porque você não me deixava e talvez por isso, naquele momento eu não tenha dito nada e tenha deixado você voltar para casa sozinha, mas eu nunca achei que nosso relacionamento estava fadado ao fracasso, agora eu não posso fazer nada se você acha isso.

Doce Néctar - Romance Lésbico | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora