Capítulo XVII

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Era uma vez uma menina, ela nasceu num ambiente tranquilo e familiar. Cresceu feliz ao redor de todos que a amavam e morreu já em sua velhice.

Fim.

Não seria tão mais fácil assim? Ah, se o mundo fosse desse jeito!

Mas é lógico que o cara lá de cima não iria facilitar, certo? Por que ele deveria?

Todo mundo diz que se a vida fosse muito fácil, não haveria ensinamentos, nem evolução. Nesse momento Flor desejava ser uma apenas uma primata se não tivesse que lidar como todo drama cômico em que o filme da sua vida girava em torno.

Todos deveriam pensar, o que uma garota prestes a completar seus 16 anos e no segundo ano do ensino médio teria tanto para reclamar da vida? Bem, Flor conseguiria fazer uma lista com todas as coisas que deram errado com sua vida, começando com seu nascimento.

Hoje era um daqueles dias que Flor acordava com mal humor e ele a perseguia o dia inteiro. Tudo começou quando logo de manhã cedo ela literalmente caiu da cama e acordou com o chão lhe dando bom dia. Em seguida quando estava tomando banho recebeu um jato de água gelada do chuveiro que resolveu queimar antes dela conseguir tirar o shampoo do cabelo.

Resultado: Teve que terminar o banho com água gelada já que o resto da casa ainda estava dormindo.

Antes de sair de casa escutou seu pai e Mônica discutindo mais uma vez porque tudo indicava que sua mãe tinha feito mais umas de suas ligações ameaçando tomá-la de volta. Mais tarde na sua escola sua ex-namorada a perseguiu por todos os corredores tentando se aproximar a todo custo enquanto ela tinha que acalmar Izabel que estava quase tendo um ataque de ciúmes e passou a virar sua segurança pessoal tentando afastar da loira, quando tudo que Flor precisava era de um tempo sozinha para absorver o dia ruim que estava tendo.

No mínimo o dia tinha sido exaustivo, mas ainda não tinha acabado. Era o primeiro dia que ela iria para o clube de música da escola e uma parte de Flor esperava que isso salvasse seu dia. Cantar e tocar era uma as coisas que mais relaxava a garota apesar dela ter abandonado o hábito ultimamente. Mas como o destino é uma grande cadela resolveu fazer com que Alice também decidisse participar. Ou seja, agora estavam Flor, Izabel, que depois que soube que a loira também iria bateu o pé e insistiu em ir também, Arthur que tentava apaziguar a situação e Alice que fazia questão de piorar tudo.

De longe Flor conseguia sentir o olhar irado de Alice sob Izabel que fazia questão de ficar de mãos dadas com a menor, lhe dando beijinhos e a abraçando o tempo todo. Isso não seria um problema se a cacheada não soubesse que a maior só estava fazendo tudo aquilo para mostrar a loira que era ela que estava ao seu lado, para causar mais ciúmes em Alice e "marcar seu território".

A professora entra na sala e toda turma lentamente se silencia. Diferente da maioria das professoras de música que Flor já tinha visto, a mulher devia ter no máximo 30 anos, com uma bota de cano curto, uma calça jeans de couro preta, uma camisa de banda de rock e uma jaqueta jeans, ela, com certeza, fugia dos estereótipos dos filmes que a mais nova assistia.

Mascando um chiclete com seu IPad em mãos ela observa os alunos calada e logo em seguida abre um sorriso estonteante.

― É o seguinte galera ― Chama a atenção de todos enquanto pega uma cadeira livre e coloca na frente dos alunos. ― Eu sou Laura, tenho 27 anos e tô me apresentando porque sei que daqui ninguém me conhece. ― Prossegue se sentando. ― Sou nova professora responsável pelo clube de música da escola.

Alguns burburiços se espalham entre os alunos e a professora observa tudo com um sorriso leve no rosto. Seu cabelo castanho escuro deslizava pelo seu rosto tampando a sua visão e numa tentativa falha de ajustá-lo ela jogava sua cabeça levemente para trás balançando os cachos que se formavam nas pontas. Todos os alunos no teatro estavam babando por ela.

Doce Néctar - Romance Lésbico | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora