Assim que as aulas acabaram, Guto e Flor foram direto para casa pois tinham combinado de almoçar com seus pais e não queriam se atrasar. Os momentos em família não eram raros, mesmo com a rotina corrida de seus pais, esses momentos aconteciam o tempo todo, sempre eram muito especiais e os irmãos não gostavam perde um minuto. Ao chegarem, cada um se dirigiu aos seus devidos quartos.
Flor toma uma ducha rápida, passa seus produtos de pele e veste uma roupa confortável. Como de costume, a menina sai do quarto descalça, ela detestava ficar de chinelo em casa, preferia sentir o chão gelado nos pés. Ela se dirige a sala de jantar crente que todos já deviam estar lá pela sua demora, mas ao chegar se depara com Ângela ainda arrumando a mesa para o almoço.
— Eles ainda não chegaram, Ângela?
— Já chegaram, meu anjo. — Diz com carinho. — Guto ainda deve estar no quarto, mas seu pai e Mônica estão no escritório. Por que não vai lá chamar eles? Já terminei de colocar a mesa e o almoço está pronto. Fiz panquecas porque ouvi dizer que são seu prato predileto.Flor sorri alegre com o carinho que recebe de Ângela, a mulher, que já devia ter seus 60 anos, a recebeu de braços abertos e sempre foi muito carinhosa, enchendo-a de mimos desde sua chegada e fazendo de tudo para agradá-la, Ângela tinha se tornado um anjo na vida Flor.
— Certo, vou chamá-los então.
A menina sai em direção ao escritório, não antes de deixar um beijo na bochecha de Ângela e agradecer o mimo que a mulher havia lhe feito.
No caminho ao escritório, Flor se depara com várias fotos, que antes haviam passados despercebidas por ela. A grande maioria delas era da família de seu pai. Dezenas de fotos do casal com Gustavo em passeios quando o garoto era menor e algumas de viagens românticas que Miguel e Mônica costumam fazer para sempre deixar a chama da paixão acesa.
Flor sentiu uma pontada no peito por saber que tinha perdido tudo aquilo. Todos os passeios, os almoços, as festas, seções de cinema. Tudo por causa do ego de sua mãe, tudo por causa das mentiras que ela contava. Flor nunca entendeu por que aquela mulher tinha feito isso. Ter privado a própria filha da companhia paterna, ter privado ela de tudo que ela sempre quis, Flor culpava sua mãe por tudo que ela tinha passado, pensava que tudo de ruim que aconteceu foi por causa das obras de sua mãe e por muitas vezes pensava que nem mesmo de mãe deveria chamá-la. Ela tinha sido cruel e egoísta com a cacheada que nunca tinha entendido o motivo.
Ainda observando as fotos, a garota avista três penduradas na parede que chamam sua atenção. Uma onde um neném está nos braços de Miguel, a segunda são dois bebês na cama com sorrisos divertido em seus rostos, um menino e um menina e a última foto eram Miguel segurando o bebê no colo e Mônica segurando a neném também. Flor sorriu, a neném nas fotos era ela e o bebê era seu irmão.
Quando chegou, seu pai lhe disse que sempre a amou e Mônica disse que tinha alimentado um carinho muito especial por ela também, que a tinha como uma filha antes de tudo acontecer. Mas era difícil acreditar uma vez que ela passou a maior parte da sua vida longe deles, não por uma escolha deles. Flor sorriu com a sensação de acolhimento que havia lhe tomado.
Continuou seu caminho até o escritório e ao chegar se deparou com a porta entreaberta. Preferiu não bater, escutou Miguel e Mônica tendo uma discussão e achou melhor voltar outra hora, mas antes de se retirar escutou sua madrasta dizer algo que chamou sua atenção.
— Eu não acredito que você vai permitir isso, Miguel!
— E o que você quer que eu faça? Hm? Ela tem o direito, não podia simplesmente expulsá-la.
— Claro que podia!
— Não, eu não podia. Ela tem total direito de chegar aqui e...
— Direito? Que direito, Miguel? Você deve estar maluco.
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Doce Néctar - Romance Lésbico | COMPLETO
RomansaFlor é uma garota que tenta veementemente fugir do seu passado para seguir em frente e faz o possível para que ele não afete seu presente, principalmente depois que conhece Izabel, alguém que tira suspiros da adolescente e faz seu coração errar as p...