Capítulo VII

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O sol invade o quarto de Izabel e nesse momento, parece que a cortina não serve para nada. Flor tenta se espreguiçar na cama, mas os braços longos e fortes que a envolvem impedem e ela desiste. Se ajeitando no aconchego, a cacheada encara Bel que permanece dormindo e abre um leve sorriso com a recordação da noite passada.

Após ser jogada na piscina pela maior, as duas fizeram um lanche e passaram o resto da noite vendo filme agarradinhas. Bel passou a noite inteira distraindo Flor, animando a menor, e ela tinha consciência disso. Os cafunés, os carinhos, o aconchego de seus braços, os simples beijos na testa que faziam o coração de Flor parar por alguns segundos, cada demonstração de carinho era uma forma de mostrar à cacheada que ela podia contar com Bel e que estava ali para confortá-la.

Afunda o rosto no travesseiro quando a recordação da hora em que foram dormir. De início Flor hesitou em se deitar abraçada a maior, mas uma vez que foi puxada para seus braços, a cacheada não negou o conforto.

- Eu espero que o motivo desse seu sorriso bobo seja o fato de estar em meus braços, Maria Flor, do contrário ficarei extremamente chateada.

Flor encara Bel e sua cara de sono e abre um sorriso maior ainda. Acorda daquele jeito com certeza entraria na lista de coisas a se repetir.

- E que outro motivo eu teria?

A morena fica surpresa, normalmente a cacheada cora e fica calada, essa foi a primeira vez que ela havia respondido alguma brincadeira com segundas intenções de Bel. Fecha os olhos e e abre um sorriso bobo.

- Experimenta continuar brincando com meu coração desse jeito pra ver o que acontece.

Flor morde o lábio em meio a um sorriso travesso.

- O que acontece? -Provoca.

Bel volta a encarar Flor que agora tem seus cotovelos apoiados na cama e seu rosto apoiado em suas as mãos. Os cabelos cobriam uma parte de sua face e seus olhos castanhos escuros se mostravam mais claros com os raios de Sol que invadiam o quarto.

O coração de Bel bateu forte, uma sensação subiu pelo seu corpo e a fez perde o ar que antes habitava em seus pulmões.

"Droga, droga, droga, mil vezes droga!" - Bel pensa antes de respirar fundo e voltar seus olhos para beleza da cacheada mais uma vez, encara sua boca agora um pouco mais vermelha pela mordida e entreaberta mostrando talvez um desejo escondido.

- Merda, eu podia te beijar agora. -Revela, mas logo em seguida se arrepende e se reprende internamente exigindo controle de si mesma.
- E por que não beija? -Pergunta com leve tom de inocência, mas com um pedido por trás.

Bel passa a mão pelos cabelos, crispa levemente os lábios agora sedentos pelos da cacheada. Se senta na cama enquanto observa Flor permanecer imóvel encarando-a.

Ela queria, queria muito. Só ela sabia quantas noites havia sonhado com isso, quantas vezes em suas falhas tentativas de observa Flor sem ser descoberta, ela não tinha imaginado tomar ela para si, sentir seu corpo quente junto ao dela e reivindicar sua boca. Mas ela não podia, não agora, não nesse momento.

- Porque agora você está passando por uma situação delicada, que mexeu com seu emocional. Se eu te beijasse agora, como eu quero, Flor, estaria me aproveitando dessa situação e eu jamais faria isso com você.

Flor crispa os lábios e assente com certa admiração nos olhos. Sabia o quão Bel estava sendo atenciosa com ela, mas não esperava aquilo da maior. E agora sabia, que se antes restava alguma dúvida se devia ou não se deixar levar por Bel, agora ela tinha certeza que se abriria de verdade e finalmente permitiria sentir tudo que estava sufocando e tentando afastar dentro de si. Sem mais receios.

Doce Néctar - Romance Lésbico | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora