Doce Néctar - Romance Lésbico | COMPLETO

Capítulo XII

O sinal berrava pelos corredores da escola avisando que o primeiro período de aula tinha acabado e que estava na hora do tão desejado recreio. Flor ainda mantinha sua cabeça sobre o peito de Bel, tinha feito dela seu travesseiro e recebeu de braços abertos o conforto que a morena a tentou passar mesmo sem saber o que estava acontecendo.

Era bom saber que podia contar com Izabel, em ter alguém ao seu lado que não de sua família. Ela não esperava que fosse encontrar uma pessoa em tão pouco tempo, que fosse gostar dela tão rápido ou que deixaria se entregar a outra relação depois que toda sua confiança em si e nos outros tinha sido completamente destruída. Mas Bel tinha provado para Flor que de longe os sentimentos eram umas das muitas coisas qual o ser humano não pode controlar e que os segurar dentro de si, só sufocava e machucava algo que podia ser tão bonito.

A garota respira fundo e deixa que o perfume da maior invada seus pulmões e te de coragem para o que tinha decidido fazer. Ela sabia que a volta do seu passado confrontaria seu presente e podia afetar sua relação com Bel que mal tinha acabado de começar, mas que já tinha lhe trazido tantos bons momentos e sentimentos.

Flor contaria para Izabel tudo sobre quando ainda morava com sua mãe. Contaria desde sua relação conturbada com ela até o motivo de ter sido expulsa de casa. Sabia que tinha um grande risco da maior se assustar e fugir de toda o alvoroço em que sua vida entraria, contudo sabia que se não contasse e fingisse que nada tinha acontecido ou estava acontecendo, iria acabar machucando-a e se afastando e isso ela não iria fazer de jeito algum. O relacionamento que elas tinham podia acabar, mas isso não seria uma decisão tomada de sua parte.

Levanta a cabeça para encara as orbitas castanhas que lhe olhavam com tanto carinho e preocupação. A manga da camisa de Bel ainda estava molhada com suas lagrimas que já tinham parado de cair há algum tempo, ela olha em volta para certificar de que ninguém estava na sala e volta fitar Izabel.

― O-os dois alunos novos que entraram, eu os conheço. ― Começa a dizer sem mais delongas.
― Eu notei. - Reponde calmamente.
― Os nomes deles é Arthur e Alice, eles... estudavam comigo na minha antiga escola. É-éramos muito próximos. ― Fala contrariada.

Izabel leva uma de suas mãos até o rosto de Flor e delicadamente faz carinho na região, ela sentia como Flor estava e não queria que ela se sentisse obrigada a falar nada. Ela entendia que por mais que não soubesse da situação, ela estava sendo muito difícil para sua cacheada.

― Não precisa me explicar se não quiser, minha flor.
― Eu quero, eu preciso. ― Se apressa em dizer enquanto sente o carinho de Bel abandonar seu rosto e posar sobre sua coxa trazendo aquele choque elétrico que tirava seu ar e a deixava desnorteada.
― Sou toda ouvidos então.

Flor belisca a ponta de seus dedos e morde a parte interna de seu lábio inferior receosa, mas estava decidida. Não ia voltar atrás.

― Eu, Arthur e Alice nos conhecemos quando crianças e éramos inseparáveis. Os dois eram minhas únicas pessoas no mundo, as únicas que eu confiava. Eram eles que me ajudavam a lidar com minha mãe, que sempre foi uma completa megera comigo, me usava de saco de pancada para tirar todo seu estresse, me fazia uma pressão psicológica enorme exigindo de mim uma perfeição inalcançável.
― Eu sinto muito, Flor.
― Tudo bem, Arthur e Alice me deram todo suporte que eu precisei enquanto estavam ao meu lado. Arthur é ou era meu melhor amigo. Ele sempre estava do meu lado, limpando minhas lagrimas e me divertindo. Sempre melhorando meu humor quando tinha algum confronto com minha mãe. ― Diz com um leve sorriso com as recordações.
― Fico feliz que ele estava ao seu lado e pôde te ajudar.
― Eu também. A Alice, bem... ― Respira fundo sabendo onde a conversa estava prestes a chegar. ― Alice era minha namorada e ela também me ajudava muito, sempre me dava conforto e carinho quando eu precisava, mas ela tinha medo de assumir o que tínhamos para todos.