As Coisas Podem Piorar

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Liu havia observado a comida, a porção a mais de carne, sinceramente não queria pensar naquelas coisas que ela fazia, nem no gesto de mais cedo, mas não conseguia esquecer. Ele se odiava por pensar em sentir carinho por ela em ser grato pelas coisas que ela fazia, sendo que eram seu trabalho, sendo que ela era uma traidora, era? Ele terminou de comer logo, deixou os potinhos de lado e saiu para fora para se lavar, lavar aqueles ferimentos e trocar os curativos das costas. Tinha que parar de pensar naquelas coisas, para não se machucar de novo, tinha que esquecê-la daquela maneira, mas vê-la chorando, o acusando também o fez se sentir desolado, com vontade de consolá-la e dizer que tudo ficaria bem de novo.... Era um idiota.


Shang Tsung não acreditava que a princesa estava ali novamente, mas sorriu de forma sádica ao ver o rosto dela ferido. Colocou ela e Jade para dentro do laboratório.

− Olhem só para vocês.... Tinham a corte aos seus pés e abandonaram tudo isso por conta de homens. – Disse com nojo.

− O senhor pode poupar o sermão? Já sabemos, já ouvimos o discurso de todo mundo. – Jade respondeu o encarando.

− Você quer saber o que eu faço com seu amado general? – Questionou sorrindo para ela.

− Por favor, só vim fazer um curativo, não tem que conversar conosco se não quiser. – Kitana interrompeu. A morena tremia de ódio.

− Ora e porque eu faria isso? Conversar com vocês é tão divertido. Se machucou por culpa de Liu Kang? Finalmente entendeu que um terreno fraco nunca lhe servirá de escudo? – Riu.

− Nunca foi minha intenção fazê-lo de escudo! – Séria.

− Por favor, na sua cabecinha ingênua ele mataria o imperador e você poderia ter uma vida de princesinha sem preocupações. – Simples.

− Você fala como se não quisesse a mesma coisa, como se não quisesse ficar no lugar dele, todos sabem incluindo ele, mas ele também sabe que a sua covardia é maior do que a sua coragem. Aí. – Reclamou quando ele pressionou o remédio com certa força do ferimento dela.

− Eu ainda tenho um cargo de confiança, sou o braço direito do imperador e as senhoritas são o que? Duas servas quase escravas, sem poder nenhum para nada. E ainda se preocupam com dois idiotas escravos. Acho que ainda estou em vantagem. – O feiticeiro sorriu provocando. As duas se calaram, queriam responde-lo, mas temeram a retaliação. Depois do curativo pronto, Jade encaminhou a amiga para o alojamento, para descansar finalmente.


Jade sentia-se levemente preocupada com a amiga, não queria que ela ficasse se ferindo por conta daquele moleque ingrato, mas por mais que falasse e advertisse tinha a sensação de que ela não ouvia completamente. Sua ansiedade e expectativa em relação a ver o amado haviam abaixado um pouco, mas ela ainda foi dormir pensando nele e em como ele estaria.


A chefe das servas encarou Kitana, mas ela e outros riram do curativo em seu rosto, como se debochassem.

− Era com esse respeito que tratavam meus pais? – A jovem questionou irritada.

− Seus pais morreram para que vivesse, ingrata, para que nós vivêssemos. – A mulher encarou brava.

− É o que eu estou tentando fazer se não perceberam, sobreviver. – Respondeu.

− Não seja malcriada, aqui você não é nada. Não pode responder a uma superior como eu dessa maneira, saiba que só não leva uma surra por conta desse ferimento, mas fica a advertência. – Ameaçou.

LiúniánOnde histórias criam vida. Descubra agora