No caminho de volta os dois não falaram muito. Liu até queria falar com ela, dizer algo que não fosse irônico ou ácido, mas não havia espaço. Ela também havia se calado, não falava mais sobre coisas banais, não tentava mais puxar assunto e ele sabia que era para se proteger de se magoar de novo.
− Você está bem? – O shaolin conseguiu perguntar, sentia-se quase inseguro.
− Você não se importa, para que pergunta? – Kitana rebateu.
− Vai nos liderar, seria bom saber que não vai desmontar a primeira pressão. – Simples, escolheu péssimas palavras para explicar e um péssimo tom.
− Quer saber você tinha razão, nós mal nos conhecemos. – Parou para encará-lo e Liu se arrependeu prontamente de ter falado. – Não sabe tudo o que eu passei nesse inferno, não sabe quantas e quantas vezes eu fui obrigada a continuar com os ossos quebrados e o coração em pedaços. Quantas vezes tive que sacrificar soldados para voltar com a vitória para casa ou.... Ou não me amariam mais. Então não se preocupe. Eu sei me virar muito bem sob pressão. – Ela respondeu quase brava e voltou a caminhar. Ele suspirou derrotado, como queriam que ele lhe contasse a verdade, ela só ficaria brava e mais magoada, não era o momento.
Kitana voltou para o palácio para poder buscar o desjejum enquanto ele esperava na pequena torre.
Depois de ajudar a limpar a cozinha Jade foi mandada para limpar uma das escadarias. E ela ia com o balde, esfregões, escova e sabão. Decidiu que iria ver o amado naquela noite, não importava o que só queria vê-lo. Ela continuava com o serviço pensando apenas nas coisas boas para se animar.
Kitana estava realmente animada com a possibilidade de concertar as coisas, mesmo ainda se sentindo insegura sobre liderar aquele grupo que seria tão diferente. Mas pensar em Liu Kang ainda a deixava muito magoada, as coisas tomarem aquele rumo foi contra todas as suas expectativas e ela se repreendia, era sua culpa por esperar demais, por achar que merecia felicidade daquela maneira, alguém que realmente a amasse sem se importar com mais, ela novamente teria que vestir a máscara da assassina impiedosa para lidar com a situação e talvez no fundo fosse só isso, por mais que tentasse sair e deixar o passado para trás sempre acabava voltando para alguma coisa. Suspirou desanimada e continuou com seu serviço.
Na pedreira os três rapazes não falavam muito sobre o assunto da rebelião, Kuai e Thomas tinham que segurar o shaolin para ele não interferir quando via alguma criança ou idoso sendo maltratado, mesmo com os remédios fazendo efeito rápido neles, eles sabiam que a princesa adiaria tudo para cuidar dele, mesmo eles não dizendo a última parte em voz alta. Parecia cada vez mais difícil suportar a vida ali, mas todos pensavam o mesmo, mais um pouco e poderiam acabar com isso, poderiam livrar aquelas pessoas do sofrimento.
Kotal estava amarrado em uma espécie de maca vertical no laboratório do feiticeiro. Via o homem misturar alguns líquidos em frascos de vidro, quase engasgou quando viu Mileena aparecer na outra sala e apenas assentir para ele saindo das vistas da porta.
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Liúnián
FanfictionShao Kahn finalmente havia conseguido o que almejara por milênios, conquistar o Plano Terreno, mas em uma estratégia sádica ao invés de matar seus inimigos, condenou-os a vidas de servos e escravos em seu império, para que todos vissem de perto sua...