Recrutamento

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Os três homens ouviam atentos como Mei Ling contava sobre a casa, o casal exoterrano e como todos estavam vivendo ali. Mas Thomas colocou rapidamente a mão sobre a boca dela quando ela falou sobre lutar.

− Desculpe, não diga essas coisas aqui em voz alta. Pode ser perigoso. – A olhou.

− Vocês são nossos mestres agora, estamos esperando alguma coisa, por isso vim até aqui. – Simples e baixo. Liu sentiu o estomago revirar se lembrando da ideia de Kitana e das outras, aquilo com certeza colocariam jovens como a loira em perigo.

− Mestres do que? – Kuai a questionou.

− Do Lin Kuei, ora! Acha que vamos voltar? Que vamos seguir aquele grão-mestre estúpido? – Séria.

− Por favor, vocês todos estão bem. Fique com as crianças lá e tenha uma vida normal, olha só para o nosso estado, somos escravos, nossos poderes foram selados, não valemos o risco. Você e Edward são mais velhos e devem orientar as crianças nesse mundo. – O de cabelos negros a encarou.

− Mas....

− O Lin Kuei morreu, Mei Ling. Sejam gratos pelo acolhimento que receberam, mas esqueçam toda regra. Mais importante do que o clã é que vocês vivam. – Thomas a interrompeu, eles perceberam ela avermelhar, provavelmente de raiva.

− Viver? Estão todos morrendo! Pela muralha nós vimos o que seria a periferia, não apenas humanos, mas povos de outras espécies, na miséria e pobreza e a cada dia mais vemos gente saindo da cidade com apenas pertences de mão, famílias inteiras sendo expulsas porque não podem se manter. Isso é vida? – Os questionou, houve silencio. Liu evitou se intrometer na conversa, já que não lhe dizia respeito, mas a situação era como todos estavam falando, não havia nenhuma mentira ou exagero.

− Não é da sua conta. – Kuai Liang respondeu quase ríspido.

− Claro, quanto tempo até isso se virar contra vocês? Até começarem a comer uma vez ao dia? Um dia sim um dia não? Até serem mortos para abrir espaço para mais escravos? – Irritada.

− Já chega. – O platinado a cortou, um guarda olhava para a voz alterada da loira curioso. – Por favor, vá embora e esqueça que nós estamos aqui. Não serviremos de nada para vocês e as crianças, com certeza estão muito mais protegidos e bem amparados com essa família exoterrana e os shaolin. Viva a sua vida e esqueça toda essa história.

− Vocês se tornaram um bando de covardes. Vir aqui foi um completo erro. – Haviam lágrimas de decepção nos olhos azuis dela, mas ela ainda se virou e foi embora apressada. Liu observou os dois amigos quase murcharem.

− Não somos covardes só.... O que gente como nós poderia fazer? Não tem plano, não tem poder, nada. – Kuai reclamou.

− Não se preocupem. Eu entendo. Obrigado por me avisarem, irei vê-los o mais rápido possível. – Liu Kang curvou-se levemente.

− Sabemos que é quase impossível, mas pensamos que você pensaria em algo. – O platinado comentou baixo. Agora o shaolin também sabia que se o plano da princesa fosse convincente o suficiente eles com certeza aceitariam.

− Não. Não há nada o que fazer. – Respondeu logo. – Estão preocupados? – O tom não era de pergunta, era mais uma afirmação.

− Por favor diga que seus mestres podem colocar juízo na cabeça daqueles dois, não acredito que sozinhos terão alguma ideia, mas nosso medo maior é de que o Grão-Mestre os encontre, ele é cruel, em alguns meses eles estariam prontos para fazerem parte da iniciativa cibernética. – Thomas suspirou.

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