Não Suporto

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Jade apesar de ser escalada para trabalhos muito pesados, ainda foi trabalhar rindo naquele dia, só por ter visto o amado bem no dia anterior. Sabia que aquela condição dele não iria durar, mas gostava de se enganar pensando que sim, que o feiticeiro não ia mais machucá-lo ou contaminá-lo com o que quer que fosse.

− Uhun, senhorita Jade. – Kaleb chamou, era o ajudante mais velho da cozinha. – Minha esposa mandou isso para senhorita, é para curar feridas. – Ofereceu um pote com uma pomada.

− Deuses, não precisavam, isso deve ser caro. – Preocupada.

− Está tudo bem, quando eu saio mais cedo eu posso passar mais tempo com ela e meu bebê e a ajudo com os produtos. É só um agradecimento. – Explicou sorrindo.

− Não é nada, eu moro na cozinha mesmo, você tem uma vida para aproveitar. – Sorriu pegando o vidro. Kaleb sinceramente imaginava como ela se sentia.

− Obrigado senhorita Jade. – Ele apenas disse isso sorrindo e se retirou, afinal tinha o seu trabalho para fazer e não podia atrapalhar o dela.

A morena se sentia feliz, guardaria a pomada em suas coisas, sabia que iriam precisar, principalmente a amiga que se metia em confusão com certa constância. Ela guardou o vidro que não era muito grande em um dos bolsos do vestido de tecido escuro e surrado e continuou seu serviço.

Na hora do almoço ela conseguiu guardar o presente. Esperava ver Kitana, mas sabia que havia chegado muito cedo a cozinha.


A princesa revirou os olhos ao encontrar Mileena no caminho.

− Espera. – A jovem reclamou quando a outra passou reto por ela.

− Já disse que não irei me curvar perante você. – Simples.

− Não reclamei por isso, porque não me responde mais? – Curiosa parou na frente da mais velha.

− O que? – Sem entender.

− Eu provoco você, faço de tudo para sair do sério e não tem me respondido mais, nem mesmo quando eu te bato, porque? – A olhava.

− Não vale a pena. – Kitana respondeu também a olhando. – Você tem problemas de verdade para resolver? Por que eu tenho, eu me preocupo com Jade, me preocupo com Liu Kang, tenho que aguentar a indiferença dele, me preocupo com meus amigos terrenos, com meu povo passando fome nas ruas e com todos os outros. Por isso eu me recuso a continuar brigando com você apenas porque Shao Kahn quer assim. – Explicou.

− Ele....

− Queria meu poder, tinha tanto medo que eu me revoltasse que pediu uma filha obediente. Por favor, não se engane, quando deixar de ter utilidade ele vai descartar você. Então tenha seus próprios sonhos e desejos, vai ser mais fácil de seguir se pensar por si mesma. – Sincera, observou a expressão dela se fechar.

− Isso não é verdade. Eu sou filha dele, ele nunca faria comigo o que fez com você. – Mileena respondeu a encarando.

− Eu dizer para fazer o teste seria muita sacanagem da minha parte. Só abra os olhos o quanto antes, para dor ser menor.... Passei dez mil anos acreditando nisso, quase minha vida inteira até agora e foi muito doloroso ouvir a verdade. – Kitana explicou.

− Ele pediu que eu fosse criada, ele me quis, eu não sou um acaso. – Séria.

− Não, você é uma arma de guerra e só será bem tratada enquanto servir aos propósitos dele. – Lembrou. – Eu não tenho tempo para conversar com você, se quer conversar venha mais cedo ou mais tarde, não nos horários de refeição, Liu tem horários regrados. – Disse apressada e saiu a jovem ficou olhando sem entender, a última fala a incomodou muito, pois ela já havia visto a mudança de comportamento do imperador, já sentia aquela mudança por mais que negasse. Balançou a cabeça, Kitana era fraca e de coração mole, por isso o pai a havia descartado, ela era perfeita, não cometia aqueles erros. Tentava se convencer.

LiúniánOnde histórias criam vida. Descubra agora