Jade se sentou na madeira do chão da pequena torre e ficou acomodada ali, olhá-los ou não, não fazia diferença e o sonho devia estar tão fundo em suas mentes, que eles nem demonstravam isso fisicamente, não haviam movimentos nos membros, nem no rosto, não falavam dormindo e nem ao menos seus olhos se moviam por trás das pálpebras, tremeu, pois se não fosse o movimento leve das respirações pareceriam mortos. Então ela decidiu ir cuidar dos pequenos afazeres, percebeu que não deu tempo de Kitana fazê-los, a forma que encontrou a amiga dormindo no chão quando chegou indicou isso também. Ela varreu, lavou algumas peças se roupa, não importa que eram do shaolin, ela só queria se distrair, mas nada tirava a angústia de seu peito, odiava o imperador a cada dia mais, por fazê-los passar por tanta dor.
Kuai Liang e Thomas tiveram que voltar ao serviço e também não se sentiam menos preocupados, se perdessem os dois seria um golpe duro naquela rebelião, mas tentavam ser confiantes de que, como a mulher disse, se dependia totalmente deles saírem, então sairiam.
Sonho de Liu Kang
Ele sinceramente não podia acreditar que havia agido daquela maneira, que havia a machucado tanto, não ela, nunca ela....
− Eu-eu vou me recolher, não tenho fome. – Disse finalmente ao irmão.
− Eu posso chamar um dos médicos para lhe ver, sinceramente eu estou preocupado, isso nunca te incomodou antes. Fora esse lapso de memória repentino. – Lao preocupado.
− Não tem necessidade. Eu estou mesmo bem, um pouco de descanso e estarei melhor. – Tentou sorrir para demonstrar tranquilidade, mas não conseguiu, o outro o observou sair do salão, ainda desconfiado.
Liu não entendia porque aquela lembrança parecia toda errada, porque o mundo parecia errado, não fazia sentido se sentir assim por conta de alguém que nem era um amigo, mas não adiantava, ele não conseguia mais se convencer, ele se sentia um monstro, perverso por se lembrar do que havia feito a mulher, o que tinha agora parecia não valer a pena de forma alguma. Caminhou vagarosamente, e foi em direção ao arsenal, encontrava outros monges pelos corredores, eles se curvavam cumprimentando respeitosos, mas ele era incapaz de retribuir, imerso naqueles pensamentos dolorosos e culposos. No arsenal ele se muniu com uma espada curta e a passou no indicador da mão esquerda, o corte verteu sangue e ele sentiu a ardência provocada pelo pequeno ferimento.
− O que está fazendo? – Kung Lao quase desesperado, havia o seguido até ali. Liu riu, tinha a sensação agora de que o irmão parecia muito falso, muito irreal, que aquele comportamento não era natural dele, mas não sabia explicar o porquê.
− Isso está errado. – O olhou.
− Por favor, largue essa espada, me deixe chamar um médico para vê-lo, não está bem. – Sincero. – Por que aquela mulher tem tanta importância? Era apenas mais um lacaio do imperador.
− Eu.... – Não sabia explicar o porquê real, não a conhecia, mas aquilo não estava certo, não estava. – Não importa o que seja agora. Eu não mereço desfrutar disso, se fiz o que fiz então sou apenas mais um monstro como eles, sendo assim.... Então não mereço viver. – Sério.
− Deus, deixe de besteiras. Escolheram você para isso, fez o que deveria ser feito. – Tentou dizer calmo, se ficasse desesperado temia a reação do irmão.
Liu tinha muitos pensamentos contraditórios, os que estava pensando? A morte não lhe traria paz, pelo contrário, mas, mas algo no fundo da sua mente dizia que aquilo tudo não passava de mentiras, mentiras e mais mentiras e por mais confortáveis que fossem.... Jamais seriam a verdade.
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Liúnián
FanfictionShao Kahn finalmente havia conseguido o que almejara por milênios, conquistar o Plano Terreno, mas em uma estratégia sádica ao invés de matar seus inimigos, condenou-os a vidas de servos e escravos em seu império, para que todos vissem de perto sua...