Shao Kahn finalmente havia conseguido o que almejara por milênios, conquistar o Plano Terreno, mas em uma estratégia sádica ao invés de matar seus inimigos, condenou-os a vidas de servos e escravos em seu império, para que todos vissem de perto sua...
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− Precisa cuidar das suas mãos. – Liu Kang disse simples a princesa.
Jade havia entrado primeiro, queria deitar e tentar esquecer tudo o que disseram, tudo o que o feiticeiro poderia estar tramando.
Kitana olhou para as mãos e percebeu os cortes finos, os leques prateados eram um pouco rústicos comparado aos que vinha usando recentemente, amolá-los era trabalhoso e ela quase havia se esquecido disso.
− Não é nada demais eu....
− Me deixa cuidar disso? – Pediu antes de ela dizer mais. Sabia que havia suprimentos médicos que ela havia guardado na pequena torre, também sabia que deveria dizer não e ir logo para o alojamento, mas a negação não saia de sua boca e seus pés caminharam para frente. Eles seguiram em silêncio até o lugar e quando chegaram ele acendeu algumas velas, agora podia fazer isso com as próprias mãos.
Ela apenas se sentou perto da cama, ainda incapaz de dizer algo, e observou ele deslocar a tábua do piso do chão e tirar de lá um pote de cerâmica com pomada e faixas limpas. Ele também pegou um pouco de água e molhou um pano limpo para limpar os ferimentos primeiro.
Os dois estavam em silêncio enquanto ele delicadamente passava o pano na mão direita dela. Ela não queria que o coração acelerasse daquela maneira, nem se sentir envergonhada, não queria sentir nada.
− Quanto tempo vai ficar sem falar comigo? – Liu perguntou sem tirar a atenção da tarefa.
− Nós não temos nada para falar. – Respondeu logo.
− Não queria vê-la se ferindo mais, eu perdi meu irmão, minha família e minha casa, não me suportaria se perdesse você, você foi a única coisa que me restou. – Sincero agora a olhava e ela não tinha como correr dos olhos dele, eles não mentiam, nunca mentiram e ela devia ter percebido isso, quando ele desviava primeiro não era repulsa, era porque seus olhos eram incapazes de sustentar as palavras que sua boca dizia.
− Você, não entende. – Por muitas vezes tinha aquele mesmo pensamento, ele era a única coisa que lhe restou. – Sempre me fiz de forte, mas para você me fiz em pedaços, eu queria cuidar de você, sofri nas vezes em que quase morreu, podia ter dito alguma coisa.... – Não sabia nem como dar ordem as palavras.
− Não queria te magoar mais, não queria que ficasse ao meu lado mantendo esperança, quando eu me vi obrigado a pisoteá-la. – Explicou sincero. – Se Shao Kahn acreditava que eu a odiava, que só a sua presença era punição o bastante, então ele a deixaria minimamente em paz. Eu poderia viver sabendo que ele não te bateu por minha causa. – Tentou dizer.
− Você me deixou sofrer, acha que uma ferida emocional é melhor? Não é, meu corpo se cura mais rápido que o seu, minha pele nem ao menos fica marcada como a sua. Pensar que amava aquela mulher, que-que me odiava, me culpava.... Essas marcas não saram com a mesma facilidade. – O olhou, tinha os olhos amendoados marejados.
