Não tenha amigos

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Liu observava o rosto inchado e arroxeado de Kitana na hora do almoço, sinceramente queria fazer algo, mas apenas se calou.

− Não cuidou disso? – Perguntou enquanto comiam.

− Não, irei ver a noite. – Explicou. – Foi tudo bem hoje? – Perguntou sobre o trabalho, havia verificado os ferimentos dele e novamente não haviam piorado.

− Sim. – Simples. – Você quer falar algo ou esse incomodo é o ferimento? – A questionou depois de um tempo em silencio, a percebeu incomodada.

− O que houve com Yeni? – O encarou. Claro que tudo piorava, sentia ciúme e sentia dor física tudo ao mesmo tempo. Não queria realmente saber, mas se não ouvisse nada iria ficar louca.

− Eu não sabia que você era tão indiscreta. – Liu a olhou. Ela se sentiu envergonhada.

− E-eu não perguntei isso. – Kitana conseguiu dizer.

− Ela é legal, gentil.... Pode trazer outro tipo de comida, ah! Aliás, eu não quero que deixe de comer por mim, não tem que fazer isso, não é sua obrigação. – Lembrou sobre a carne.

− Não é, mas ainda assim estou fazendo. Precisa mais do que eu, seu trabalho é mais pesado e isso não é justo, nem com você ou com os outros escravos. – Séria.

− Eu não preciso da sua piedade. – Liu a encarou, se encararam e ele desviou primeiro. Olhar para o rosto dela era doloroso para si e ele sabia que por conta de vê-lo ferido.

− Entenda como quiser, faço porque acho certo, mas se não quiser mais comer será um desperdício porque não deixarei de trazer carne a você. – Explicou simples. Ele suspirou, claro que ela teria aquele tipo de atitude.

− Não vou mudar meu comportamento ou meus sentimentos com você por isso. – Advertiu.

− Eu expliquei que a intenção não é essa. Não precisa de mim para esse tipo de coisa, não é? O presentinho do imperador lhe serve bem. – Não queria falar daquele modo, mas se sentia muito, muito irritada.

− Que bom que você sabe. – Liu sorriu irônico.

O horário do almoço assim se passou, o tempo ali era curto e ele logo tinha que voltar a pedreira e ela voltava ao palácio para guardar a cesta e cuidar da louça.


Jade estava angustiada comendo na cozinha, havia ouvido Kotal no laboratório novamente, mas desta vez sem querer, até mesmo havia ido comer um pouco mais tarde, porque tinha ficado muito mal com o ocorrido.

− Deuses, seu rosto. – Preocupada ao ver a amiga entrar.

− Não foi nada. – A princesa respondeu. – Mileena, nada demais. – Foi colocar a louça na pia.

− Discutiu com ela? – Curiosa.

− Foi o bom dia dela. – Respondeu. Jade suspirou, mais aquilo.... Definitivamente aquela vida era o inferno.

− Sinto muito, vou ao laboratório com você. – Disse prontamente.

− Não se preocupe, não quebrei nada a dor é suportável, espero até a noite. – Informou. A morena observou como a amiga estava, parecia fora do ar, Jade tremeu com a ideia de "ferida demais para se importar".

− Tem certeza, está realmente bem? – Se certificou.

− Sim. – Kitana assentiu. – Por que está aqui a essa hora, aconteceu algo? – Foi a vez de ela perguntar.

− Nada eu.... Acabei passando perto do laboratório e. – Se calou reprimiu as lágrimas e seu estomago já embrulhava.

− Jade, deuses eu sinto muito. – Sincera olhou para amiga.

LiúniánOnde histórias criam vida. Descubra agora