Lies told

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Millie Point Of View 

Seguro a mão fria do Wolfhard enquanto andava ao seu lado, e sorrio ao sentir um friozinho vindo dele. Isso acontece quando ele sente um arrepio ou fica nervoso, é até fofo pensar que um homem no qual se passa por uma fama de "rude" sorri como uma criança perto de mim. 

Paramos alguns metros da porta de minha casa, e nos escondemos atrás de uma árvore. Meus pais iriam me matar por eu chegar de noite, sendo que a regra era antes do anoitecer, entretanto eu namoro um vampiro que já matou os meus bisavós. Então está tudo bem. 

Observo o Wolfhard, que se encontrava com os olhos mais avermelhados, e o abraço fortemente. Não me importando com a sua pele extremamente gelada. 

— Acho melhor você ir, porque eu não quero ser comida de ninguém — falo brincalhona e ouço a risada abafada do Finn. 

— Está bem Mademoiselle — pega em minha mão e deixa um beijo na mesma, me fazendo sentir sua presa — até logo, docinho. 

— Até, querido — selo os nossos lábios com um beijo apaixonado, e me afasto do homem — amo você, lobinho. 

— Também amo você, gatinha — sorrio com apelido e me viro para correr até em casa — e diga a sua mãe que essa capa não funcionou! 

Fala do pano atrás de mim que eu coloquei novamente. Solto uma risada ainda correndo até a porta e quando eu chego, me viro para o cacheado, no qual continuava observar a minha pessoa e sorrio sabendo que ele me veria. 

Antes de abrir a porta o meu pai puxa o meu braço, me fazendo entrar em casa por um segundo. Olho para o mesmo com um sorriso sem graça, porém o medo de ficar mais dias de castigo era tão grande que eu tremia as minhas pernas. 

— Onde você estava, garota!? 

— Com os meus amigos, eu disse para a mamãe — engulo o seco ao ver ele me olhar desconfiado. 

— Está certa, mas eu falei para você voltar antes do escurecer — diz se levantando da poltrona e vindo até mim. 

— Desculpa, me perdi no tempo — minto com a cabeça baixa. 

— Tudo bem, porém eu não quero que isso se repita — desamarra a minha capa do meu pescoço. 

— Sim, prometo. 

— Ótimo. Algum vampiro chegou perto de você? — nego com a cabeça — perfeito! Pelo jeito funcionou muito bem. 

— Claro — sorrio. 

Bom, uma coisa que vocês sempre vão ver aqui é mentira. Não tenha uma palavra que eu diga aqui e seja verdade, pois se eu disser tudo que se passa na minha mente eu fico sem casa e sem vida. 

— Vou fazer para você também, Charlie — minha mãe fala ao meu irmão que brincava com o seu gato. 

— Mãe, eu não necessário disto. 

— Hum, tem razão, sua irmã precisa para esconder esses peitos. São tão cheios que fazem os homens olharem — diz, me fazendo suspirar cansada e exausta pela conversa. 

— Com licença, eu vou para a cama — falo e meu pai tira o jornal do rosto, depois de um bom tempo sem se pronunciar.  

— E a comida? 

— Não estou com fome. 

— Tá bem, só não esqueça de treinar os feitiços. Você é péssima nisso — concordo com a cabeça baixa, e vou até o meu quarto. 

Abro a porta soltando um suspiro aliviado, e já tirando o meu vestido para colocar o minha camisola branca. Visto-me, e viro para a cama onde vejo o meu gato deitado no meio das cobertas, que ao me ver se espreguiça. Vou até ele e o pego, sentando na cama, na qual solta um rangido pelas molas. 

— Oi Sasa, como foi o seu dia? — pergunto sabendo que o bichano não me responderia. Começei a fazer um carinho no pequeno símbolo no meio de sua testa e me joguei para trás. Acabei adormecendo pelo cansaço, e com o gato aconchegado no meu peito. 

Como sempre, acordo no meio da noite. Porém, diferente dos outros dias, eu sinto beijos serem distribuídos pelo meu pescoço. Mas continuo com os meus olhos fechados, apreciando os lábios molhados chupar a minha pele. Estava ótimo sentir chupões serem depositados pelo meu busto, me fazendo prensar mais o meu corpo na silhueta masculina.

— Não liga para eles, docinho — sussurra no meu ouvindo — eu adoro os seus peitos. 

Em um toque rápido, ele puxa a minha camisola e abocanha os meus seios rígidos, que me fez gemer alto por sentir os seus dentes afiados tocar na minha pele sensível.  

— MILLIE! 

Abro os meus olhos rapidamente e cubro a parte nua com os lençóis da minha cama. Olho para a minha mãe com um sorriso gelado, e a vejo bufar furiosa. 

— Oi mamãe... 

— Vamos logo, a reunião será aqui — arregalo os olhos e a mulher percebe — sim, o Louis estará nessa ocasião.

— Mãe, eu já disse que não quero me casar com ele — falo já sentada na cama enquanto a mais velha procurava um vestido. 

— Minha filha, você vai ser noiva de um bruxo nato, inteligente, poderoso, e rico. Não irá nem precisar trabalhar — ela sorri e eu aperto mais a gato contra mim, que brincava com os meus cabelos. 

— Quantas vezes eu vou ter que dizer que eu não me importo com isso. Eu quero me casar com alguém que me ame — esse alguém estava no quarto, portanto não estava muito feliz também, já que eu sentia a sua ernegia. 

— Que bobagem, o que adianta ter amor e morar na rua? — pergunta e eu tive uma grande raiva por ter uma mãe que pensa assim — minha filha... 

— Não — a interrompo. Eu tinha uma grande chance de levar um tapa na cara, mas não obtive — a senhora sabe o que estou falando, e eu tenho certeza que não amava o papai quando se casou com ele. Poxa, eu só quero que você me deixa escolher com quem passar o resto da minha vida. 

— Millie Bobby Brown! Eu não aceito que você me responda desse jeito moçinha. Eu e o seu pai sabe o que é bom para você, então vai se casar com o Louis e fim de história! — coloca o vestido que eu iria usar essa noite na minha cama. 

— Se a senhora amasse de verdade o papai, não ficaria tanto tempo na padaria — falo um dos seus segredos. 

— Se me responder novamente você nunca mais verá a luz do dia! — diz entre os dentes e ajeita o vestido — se vista e desça. Fique bonita para o filho do amigo de seu pai. 

O Louis é o filho de um bruxo que mora na cidade. E o filho do amigo do pai se chama Jacob, primo de Finn, porém o Jacob não é vampiro. Resumindo, minha mãe quer que eu seduza para um garoto no qual será o meu futuro marido, e um garoto que só pensa em si mesmo. 

Sinto uma lágrima solitária cair dos meus olhos, e tocar no fusinho do animal que me observa chorar. Olho para a porta fechada e desço o olhar para ele, balançando a cabeça em concordância. 

O animal há minha frente começa a se transformar em forma de humano, e devagar fui vendo os traços do Wolfhard, que abre os braços e me espera abraça-lo. Sem pensar duas vezes eu me encaixo no seu corpo e fico com o rosto apoiado no seu pescoço. E até que em fim eu consegui senti-ló retribuir o carinho que horas antes apenas eu fazia.

Finn não gosta muito de ser o meu "Sasa", já que quando eu era criança o meu gato que se chama Sasa, morreu. Na verdade nem eu gostaria, pois você viraria um gato, e teria a mente de um. A maioria das vezes o ser sobrenatural que tem esse poder, acaba por ficar preso no corpo animal, já que é muito difícil se lembrar da sua verdadeira identidade. Porém, o Finn se transforma diariamente em um animal, fazendo assim ele nunca esquecer de como voltar a forma humana. 

— Está melhor? — ouço o Finn me perguntar e deixar um beijo nos meus cabelos.

— Sim, obrigada. 

— Docinho, eu odeio a sua família, no entanto, se você não quiser ficar sem eles, peço que cancele esse ritual.

Notas finais

Obrigada por ler:)

Votem!!

𝐓𝐇𝐄 𝐆𝐈𝐑𝐋 𝐎𝐍 𝐅𝐈𝐑𝐄 | 𝐅𝐢𝐥𝐥𝐢𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora