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Lana Olivia Matthews.
Los Angeles, 10:30am

O ar abafado de Los Angeles toca minha pele nua. Corbyn levava consigo suas malas e a minha também, já que estavam pesadas. Passamos quatro dias em Londres, conhecendo nossa morada para dali algum tempo. Tinha até me acostumado com o vento frio e as jaquetas grandes.

— Corbyn, seus pais sabem que chegamos? — perguntei, quando já estávamos dentro do carro do moreno.

— Não. — ele respondeu seco. — Vou passar uns dias no Jonah.

— Você não pode fugir assim, Corbyn... — resmunguei e ele bufou alto.

— Tá, eu sei, Lana. — sua voz era de impaciência. — Meus pais não querem ver minha cara. Meu pai me acha um desgosto por ter desistido de Yale. Mamãe só quer saber da Ashley. No fim das contas, eu deveria mesmo ter ido embora como Jordan fez.

— Para com isso! — ergui o tom. — Você tem a mim, ok? Eu estou aqui, caralho.

— Eu sei. Só é difícil, tá legal? — ele segurou com força no volante. Uh, nossa primeira DR como um casal assumido.

— Você fala como se eu não tivesse nada à perder. — cuspi as palavras de maneira ríspida. — Eu perdi minha melhor amiga, Corbyn. Eu estava com ela desde que era bebê.

— Tá bom, caralho! Nós dois estamos na merda, beleza? — ele gritou e eu revirei os olhos. — Só não vamos deixar isso destruir o que a gente construiu, tá legal? Passamos por muita coisa pra estarmos juntos agora.

— Nada vai nos destruir... — falei baixinho. — Só vamos tentar ficar firmes, ok? — Corbyn grunhiu algo como um aham.

O resto do trajeto até minha casa foi silencioso. Corbyn desceu do carro para me ajudar a levar as malas para a porta de entrada e deixou um beijo rápido em meus lábios. Vi o carro preto se perdendo na imensidão da rua e soltei um longo suspiro com aquilo.

Encarei a porta branca por alguns segundos. Não tive certeza se estava pronta para entrar em casa depois de quatro dias fingindo que minha família não existia. Coloquei a mão no trinco gelado e girei-o. Quando a porta se abriu, o cheiro de couro do sofá adentrou minhas narinas.

— Cheguei... — gritei, entrando meio desajeitada com as malas. Miguel correu para cima de mim e demos um abraço apertado. — Senti sua falta, meu bichinho.

Minha mãe saiu da cozinha, com um prato na mão. Ela sorriu fraco e apontou com a cabeça para a parte interior do cômodo. Senti minha espinha gelar e larguei minhas malas no hall de entrada, logo indo até minha mãe. A abracei rapidamente e entrei na cozinha. Ashley estava sentada, com um copo de água nas mãos.

— Estou fazendo comida na edícula, caso precisem. — mamãe sorriu e saiu andando calmamente para a parte de trás da casa.

Soltei um suspiro e me encostei na bancada, encarando a morena em minha frente. Um silêncio ensurdecedor permaneceu no ar.

— Você não foi. — Ashley quebrou o clima e encarou o próprio copo.

— Eu não estava mais convidada desde o dia que você chamou meu namorado de drogado de merda na minha frente. — mordi o lábio inferior e a encarei.

— Eu sei que errei, tá legal? Errei com vocês dois. — ela não me olhava nos olhos. — Fiquei com raiva por você não me contar. Me senti excluída da sua vida.

— Não te contei porquê... — fiz uma pausa para tentar encontrar um motivo plausível. — Não sei. Eu só estava com medo de perder vocês dois.

— Só não entendo como vocês puderam fazer isso comigo... Lana, você estava transando com meu irmão embaixo do meu próprio nariz.

— Só pra deixar claro, nunca transamos na sua casa. — gesticulei com as mãos. Não que fizesse muita diferença, mas naquele momento parecia o certo a se dizer. — Ash, eu só quero que você entenda que eu realmente sinto muito por tudo isso. Eu fui péssima com você, eu não deveria ter mentido. Mas eu também preciso que você entenda que eu não consegui perceber o quão longe tudo tinha chegado.

— Como assim? — ela franziu o cenho e brincou com seus dedos. Me sentei na banqueta que me deixava de frente para ela.

— Eu não percebi que estava me apaixonando. No começo parecia só algo emocionante, algo idiota que logo passaria. Eu soube que tudo estava errado na noite da cabana. — cocei o rosto, envergonhada. — Porra, naquela noite... Não sei, me senti viva. — abri um sorriso involuntário me lembrando daquele dia. — Eu amo ele, Ashley. Amo muito. — encarei ela.

— Não me faça sentir mais culpada do que já me sinto. — a morena zombou. — Só quero minha melhor amiga de volta, mesmo que ela seja minha cunhada. Só quero Lana e Ashley juntas. — ela estendeu a mão pela bancada e eu fiz o mesmo.

— Sem mentiras. Sem segredos. Tudo como era antes. E, por favor, sem listas. Elas nos causaram muitos problemas nos últimos tempos. — falei e Ashley sorriu. — Eu te amo. — me levantei e dei a volta na ilha, correndo para perto de minha melhor amiga.

Nos abraçamos e ficamos ali por alguns minutos. Eu estava com saudade demais. Eu a amava tanto, não conseguia explicar.

— Pra sempre. — ela cochichou e eu assenti com um sorriso.

— Já que estamos praticando esse negócio da verdade... — me afastei e a encarei. — Eu meio que talvez tenha beijado ele no seu quarto, tipo, umas duas vezes.

— Meu quarto. Vocês se beijaram no meu quarto. — ela fingiu ficar brava. — Por favor, o que mais vocês fizeram durante esse tempo todo? Quero saber de tudo.

— Bom, primeiro no banheiro da festa do Jonah, aí em Mount Rainier, aí no banheiro mais uma vez... Ai, também teve na viagem que ele me...

— CHEGA. CHEGA. Não quero mais saber. — Ashley se levantou e colocou a mão na minha boca. — Por favor, só não quero ser tia. É meu único pedido.

— Vira essa boca pra lá. — bati na madeira do armário. — Agora vamos subir porque você tem muita coisa pra me contar.

Puxei Ashley pelo braço e tomamos rumo para meu quarto. Enquanto eu desfazia minhas malas, a morena me contava sobre seu aniversário e sobre tudo que tinha acontecido com ela durante os dias que ficamos longe.

Eu tinha os dois Bessons que eu mais amava. Nada importava.

...

oi oi :( reta final! o que vcs acharam das meninas se resolvendo?

se vc está aqui e ainda não lê sos wedding, vá ler IMEDIATAMENTE!

amo vcs, até a próxima att!

i got the rules ✩ corbyn besson.Onde histórias criam vida. Descubra agora