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Corbyn Matthew Besson

Soltar o corpo de Lana foi o que mais machuchou naquela tarde. Os olhos vermelhos e bochechas molhadas entregavam que não seria fácil ficarmos longe. O barulho de voos sendo chamados e de malas correndo de um lado para o outro me deixavam mais ansioso. A despedida com a minha família foi exatamente como eu esperava: tensa e fria. Todos sabíamos que meus pais me queriam em Yale e não em Oxford. Honestamente? Não me importava, não mais. Eu estava prestes a pegar um avião para um dos lugares mais incríveis do mundo.

— Você nem vai ficar para a formatura... — ela choramingou e eu a abracei. — Não acredito que você realmente está indo embora...

— Você vai pra lá no verão, linda. Depois vai estudar pertinho de mim. — tentei amenizar a situação, mas ela chorava ainda mais.

Mais uma vez, puxei-a para perro de mim. Quis sentir seu cheiro, sentir ela perto de mim pela última vez em um bom tempo.

Sabe, aquilo era mais difícil do que eu pensava. Quero dizer, tudo entre eu e Lana aconteceu tão rápido que eu não consegui acompanhar e preparar meu emocional para uma situação como essa. Mesmo que isso pareça bobeira de um cara apaixonado, era assim que eu me sentia. Não queria deixar Lana ali, nem por um segundo, porque eu não saberia o que fazer sem ela.

— A gente precisa se ligar todos os dias, tá legal? — ela repetiu a frase que disse pelo menos umas 5x na última meia hora. — Que merda, Corbyn. Fica aqui comigo. — Lana me abraçou mais uma vez e, dessa vez, deixei que algumas lágrimas escapassem.

— Eu te amo com todo meu coração, Lana. — falei, com a voz um pouco abafada por conta do abraço. Lana soluçava em cima de minha camiseta e eu queria desmoronar ali mesmo.

— A gente vai cuidar dela... — uma voz conhecida surgiu e eu me afastei de Lana. Jonah e Anna apareceram, abraçados lado à lado.

Alguns dias antes, fizemos a minha festa de despedida, já que eu não estaria na cerimônia oficial de formatura porquê Oxford precisava dos alunos um bom tempo antes nas instalações da Universidade. Lá, me despedi de todos os meus amigos. Nada tinha machucado, até aquele momento.

Jonah me abraçou com tanta força que eu senti meus ossos estremecerem. Ah, eu chorei. Chorei igual uma criança porque, porra, ele era meu melhor amigo. Eu ia sentir tanta falta dele. Jonah foi uma das pessoas que sempre esteve ao meu lado quando eu mais precisei e não poderia deixar de agradecê-lo por aquilo.

— Obrigado, mano. — disse quando nos afastamos. — Obrigado por tudo.

— Eu te amo, cara. Você vai fazer falta até demais aqui. — Jonah sorriu e deu um tapinha em meu braço.

Lana passou mais alguns minutos abraçada comigo. Tudo se tornou pior quando as caixas de som anunciaram a chamada do meu vôo.

— Eu volto logo, tá? — eu sorri e deixei um beijo na testa de Lana. — Eu te amo pra sempre.

— Eu te amo muito. — ela me abraçou mais uma vez e eu deixei mais algumas lágrimas caírem. — Por favor...

— Não fala isso. — pedi, antes que ela terminasse de falar. — Se você pedir, eu não entro nesse avião.

— Lana... — Anna disse e segurou o braço da amiga. Os olhos inchados de Lana se fecharam mais uma vez e ela respirou fundo.

— Todos os dias, tá? — ela pediu e eu assenti.

Quando comecei a andar, não quis olhar para trás. Não porque eu estava abandonando meu passado, mas porquê, se Lana me pedisse, eu sei que não entraria naquele avião. Eu sei que eu ficaria ali com ela, porque eu era completamente apaixonado por Lana.

Com as passagens e passaporte em mãos, cheguei em meu portão de embarque. Respirei fundo e encarei a aeronave atrás dos tubos de acesso. Agora não tinha mais para onde correr. Aquele era meu futuro e não adiantava fugir.

Lana ficaria bem, eu sei que ficaria. Agora, se nosso relacionamento ficaria... Isso era uma incógnita. Uma grande incógnita.

i got the rules ✩ corbyn besson.Onde histórias criam vida. Descubra agora