007- O Ministério das Dúvidas - Parte 1

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007 – O Ministério das Dúvidas

Harry segurava firmemente a mão de sua mãe, enquanto notava que todas as pessoas presentes no Ministério os encaravam como os bruxos no bar de entrada do beco diagonal. O garoto não estava com medo, porém, a atenção que recebia que nunca tinha recebido antes estava o deixando nervoso o suficiente para querer permitir que sua mãe o escondesse até que fossem embora dali.

Ele imaginou, por um segundo, que um garoto normal de sua idade, não seria tão apegado à sua mãe. Porém, Harry não era um garoto normal. Ele era um bruxo recém-descoberto em que os pais mortos por dez anos voltaram a vida quase que de repente. Era um jovem de onze anos de idade que fora privado do amor de seus pais antes mesmo que pudesse se lembrar, e foi criado por esse tempo por tios que não o amavam e que dariam de tudo para se livrar dele. Era um jovem que fora privado do amor que seus padrinhos sentiam por ele, e de uma prima que não o batia e nem o importunava com um grupo de amigos apenas por achar que podia.

Ele era Harry Potter.

–Vamos. Parece que o ministro da magia, e a Wizengamot se interessaram tanto no caso de vocês, que decidiram vê-los hoje. – Amélia comentou, andando na frente deles, sendo que o grupo apenas a seguia. – Acho que as coisas estarão resolvidas até o jantar, mas acreditem, isso era balançar o mundo mágico de uma forma que muita coisa mudará.

–Isso parece divertido. – Comentou Sirius olhando em volta, analisando os rostos de surpresa. Logo um murmurinho pelo local pode ser ouvido. – Olhe Prongs, parece que nunca viram pessoas que ressuscitaram. Ah, Moony vai pirar quando souber.

–Pois é, Padfoot, que pessoas mais estranhas. Um evento tão comum desses não precisa de alarde. É verdade, onde está Moony?

Harry riu um pouco junto com Lira, o pai e o padrinho. Lily e Marlene, no entanto, balançaram a cabeça de maneira negativa. Porém, Lily pareceu interessada no assunto.

–Sim, pensei que deveríamos chamar Remus antes de tudo. – Disse Lily, se sentindo culpada. Marlene tocou o ombro dela.

–Ele viajou para tentar arrumar alguma coisa para nos ajudar a conseguir a guarda de Harry. Ele mora lá em casa também. – Explicou a mulher de orbes azuis cristalinas. – Aconteceu tudo tão rápido, que não me lembrei de contar para ele. Mas é melhor explicar pessoalmente que por carta. Por carta ele vai achar que estamos fazendo alguma pegadinha de mal gosto. Ele sofreu tanto esses dez anos...

O sorriso no rosto de James sumiu, e de repente ele pareceu se sentir culpado. Sirius notou, e segurou o ombro do homem que lhe era como um irmão.

–Está tudo bem, Prongs. Não foi sua culpa.

Harry olhou para o pai.

–Tá tudo bem, pai? – Não soube por que perguntou aquilo. Apenas sentiu que deveria fazer. Os olhos castanhos de James brilharam ao olhar para o filho e se encheram de lagrimas.

–Está sim, meu marotinho. Está sim. – Ele levantou os óculos e secou as lágrimas. Após isso bagunçou os cabelos do filho. – Eu juro que vou compensar por todos esses anos. Eu prometo, meu marotinho.

Harry soltou a mão de sua mãe e abraçou James com toda força que pode. Ele sentiu medo que se o soltasse, seu pai, pelo qual sonhou em poder ver por tanto tempo, sumisse de novo. James se abaixou e abraçou o garoto, sem conseguir segurar o choro. Todos pararam e observaram a cena. Lily sorria, mas não se aproximou. Queria que os dois tivessem aquele pequeno momento.

Ela se lembrou do quanto James mimou o bebê Harry em seu primeiro ano de vida. Lily realmente nunca pensou que o líder dos Marotos seria, algum dia, alguém responsável. Porém, essa foi mais uma surpresa que o Potter lhe deu. Ele tinha todo cuidado do mundo com o pequeno Harry, nem parecendo o jovem inconsequente que aterrorizou Hogwarts por sete anos.

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