025 - Lyra atormentada, e o quadribol

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Notas Iniciais

Boa noite! Peço desculpas pela demora, eu queria fazer um capítulo um pouco maior, e acabou levando um pouco mais de tempo. Espero que gostem.

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025 — Lyra atormentada, e o quadribol suspeito

Harry mal dormira aquela noite. A euforia de ter enfrentado o Troll ainda corria em suas veias. Embora ele tenha certeza de que havia tirado apenas leves cochilos, seus olhos permaneceram, por muito tempo, ou encarando o teto escuro, ou observando as quatro garotas que se amontoavam em sua cama para se aproximarem dele o máximo que pudessem.

Um de seus braços estava passando por baixo do corpo de Daphne, que usava o lado direito de seu peito como travesseiro. Os cabelos loiros-mel estavam espalhados por cima de seu tórax, e parcialmente na cama. Harry não havia se dado conta até então de que eram tão compridos.

Do lado esquerdo de seu peito, uma ruiva rechonchuda dormia. Susan havia prendido o cabelo para dormir, e ele sabia que ela tivera um sono inquieto, pois se mexeu várias vezes durante a noite. Como ela não acordou, Harry não sabia dizer se foi por algum pesadelo, ou apenas por causa da noite passada. Ele suspeitava que talvez tivesse sido por ambos.

Sua mão esquerda estava entrelaçada pela mão de Lyra, que mal sabia ele, tinha dormido tanto quanto ele. Os olhos cinzentos fitavam o teto de pedra distraidamente, sua mente afiada perdida em pensamentos. Ela tinha corrido um grande risco noite passada. Poderia ter morrido. Ou ter perdido Harry, quando finalmente tinha conseguido se juntar a ele depois de dez anos separados.

Todas as vezes que fechava os olhos, sua mente criava uma imagem perturbadora. Um Harry deitado na poça do próprio sangue, o corpo e os membros torcidos de maneiras não naturais, e os vívidos olhos verde-esmeralda fitavam o teto, sem brilho algum. Todas as vezes que ela fechava os olhos, a imagem se repetia como em um looping, com poucas diferenças.

Às vezes, Astória estava deitada por cima de Harry, com uma Daphne desolada chorando ao lado dos corpos, enquanto seus pais assistiam com horror a cena.

Outras vezes sua prima e Susan se juntavam aos corpos, enquanto os grunhidos do Troll continuavam, como se debochasse dos alunos que acabara de matar.

"Você está sendo boba, Lyra. Nada aconteceu, nós todos estamos vivos. Harry salvou a todos nós" Lyra repetiu essa frase em sua cabeça diversas vezes, como um mantra, numa tentativa de que seu maldito cérebro se convencesse de que todos eles estavam seguros.

"Mas e se acontecer de novo? E se não tivermos tanta sorte?", uma voz insistente e muito parecida com sua própria soou em sua mente, afundando-a em dúvidas novamente. Lyra mordeu o lábio inferior com força, quase a ponto de fazê-lo sangrar.

Involuntariamente, sua mão apertou a de Harry. Ela estremeceu quando o sentiu apertar de volta.

—Você também não consegue dormir? — O moreno questionou em um sussurro, para não acordar as outras três garotas.

—Na verdade, não muito. Adrenalina, eu acho. — Mentiu a garota. Ela não sabia se tinha sido convincente ou não. Apenas esperava que Harry não questionasse. — Parece que você escapou da sua punição hoje, não é?

Ela soltou a mão do futuro noivo, quase que imediatamente, sentindo falta do calor que ela estava proporcionando para si. Levantando um pouco o torso, ela observou os demais ocupantes da cama.

Os rostos de Daphne e Susan mal podiam ser vistos, enfiados no peito de Harry. Astória, que estava deitada do outro lado de Daphne, tinha agarrado o máximo que pode do braço do garoto.

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