021 - Fatum Tuum Iubes

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021- Fatum tuum iubes

Eram por volta de nove horas da noite. Daphne estava sentada confortavelmente em uma das poltronas próximas da fogueira. Ela tinha um livro de transfiguração em sua mão, enquanto passava as páginas do mesmo suavemente, ignorando o garoto de cabelos indomáveis e olhos verdes esmeraldas que parecia ansioso há sua frente.

—Er... Daphne? — A voz hesitante de Harry soou, fazendo com que ela levantasse os olhos azuis cristalinos por cima da livro para observá-lo.

O menino parecia mesmo apreensivo. Isso lhe dizia que ele sabia que tinha feito algo errado. Isso era bom. Ela poderia ser um pouco mais branda em sua conversa. No entanto, ainda seria dura. Antes de dedicar toda sua atenção ao garoto, seus olhos foram para as mesas de estudo no outro lado da sala comunal, onde Lyra, Tracey, Hermione e Astória estavam sentadas estudando junto com Neville, que parecia precisar de ajuda, sendo que Hermione era a única que parecia realmente dedicada com esse objetivo.

Ela sabia que as outras estavam ali apenas para escutarem a bronca que ela daria em Harry. Daphne quase bufou. Garotas não bufam. Seus olhos retornaram para Harry, que se encolheu um pouco quando ela se esforçou em seu melhor olhar.

—Me explique, querido, por que duelar com Draco Malfoy seria uma boa ideia, mesmo sabendo alguns poucos feitiços ofensivos? — Daphne queria bater palmas para si mesma. Ela podia quase ouvir o quanto sua voz era amorosa e doce.

Ela teve que dar crédito a Harry, pois ele também parecia ter percebido.

— Acho que me deixei levar pelo insulto que ele fez a Tory — O garoto esfregou a nuca nervoso, desviando seu olhar para o fogo. Daphne estreitou os olhos levemente, quando uma leve sensação de ciúmes surgiu em seu peito.

—E aí, você resolve ser um cavaleiro em uma armadura prateada e cair na provocação da pessoa mais confiável do mundo que é Draco Malfoy? — Daphne iria ignorar o leve ciúmes que sentia por Harry demonstrar tanto carinho por Astória. Ao menos, por hora. Ela soltou o livro em seu colo e esfregou as têmporas. — Claro, claro, a impulsividade Potter. Por que não me lembrei disso antes?

Selene havia enchido suas duas filhas com histórias sobre James Potter e os infames Marotos. Ela quase ousaria dizer que sua mãe tinha uma queda pelo Potter mais velho, e tinha certeza de que seria filha de James Potter se Selene tivesse nascido Greengrass.

Um breve pensamento de James, Lily, Amélia e sua amada mãe juntos surgiu em sua mente, mas logo o ignorou. Isso fez com que ela tivesse um arrepio. Ter um padrasto aos onze anos parecia assustador e bom ao mesmo tempo. Marcus Greengrass morreu antes que ela completasse dois anos, então não se lembrava do pai realmente. Rapidamente, como se fosse para limpar a mente, Daphne balançou a cabeça de um lado para o outro.

Novamente, ela focou sua visão em Harry, e o mesmo lhe olhava confuso. Ela suspirou pela enésima vez aquele dia.

—Harry, é muito provável que Draco vá te enganar e nem apareça. — A loira comentou, lentamente, vendo o brilho de compreensão passar pelo rosto de Harry. — Ele, no mínimo está com raiva por você não ter sido punido por quebrar as regras, então, quer te encrencar de qualquer jeito.

Harry sabia que ela provavelmente estava certa, e seria prudente esquecer Draco e seu duelo à meia noite. No entanto, somente de se lembrar do sorriso arrogante e presunçoso que se passava pelo rosto do sonserino, o fez tomar sua decisão.

—Não posso arriscar, e se não for uma armadilha, e ele estiver lá? Se ele aparecer e eu não, irá me difamar pela escola inteira! — Exclamou o Potter, exasperado. Daphne quase bufou antes de se lembrar: Garotas não bufam.

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