014 - Os Longbottom

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014 – Os Longbottom

Harry estava sentindo um frio na barriga a cada passo que dava atrás de seus pais pelo longo corredor do hospital mágico St. Mungus.

Logo após o café da manhã que tivera com seu pai e Sirius, uma coruja grande e marrom pousou em frente ao seu pai, com a perna esticada, na qual uma carta estava firmemente amarrada.

Harry se lembrou de um James parecendo um pouco confuso, desatando o nó da fita que prendia a carta a perna da coruja. Mal lhe foi retirada a carta, a ave tornou a voar pela mesma janela que havia entrado. Mal podendo evitar a comparação, Harry percebeu que se fosse sua bela Edwiges a fazer essa entrega, a mesma se recusaria a sair da mesa sem um pedaço ou dois de bacon.

Isso o fez supor que cada coruja tinha uma maneira diferente de agir. Ele se lembrou de voltar sua atenção para o prato de mingau a sua frente, enquanto observava seu pai, que arregalava os olhos a cada linha da carta que lia.

A partir disso as coisas aconteceram tão rápido, que mais pareceram um borrão para Harry. Quando se deu conta, estava vestido, e seguindo seu pai, Sirius e Remus pelo corredor do hospital, seguindo um curandeiro, após uma viagem desconfortável –na visão de Harry que caiu de cara após sair da lareira do local– de flu.

– Por que mamãe e minhas tias não puderam vir com as meninas? – Questionou Harry, ainda confuso, tentando se lembrar de como seu pai conseguiu o enfiar naquelas vestes que vestia tão rápido, provavelmente algum feitiço não verbal, ele teorizou. O brasão da familiar Potter em seu peito brilhava como se fosse bordado com fios de ouro. E o garoto tinha certeza de que realmente era o caso.

–Só permitem seis pessoas como visitantes por vez. Como já tem duas pessoas, só podemos vir mais quatro. – Explicou Remus para o garoto que assentiu.

– Prongs, primeiro não devemos explicar para Harry? – Questionou Sirius, que deu um olhar ansioso para o garoto, que apenas piscou, confuso. – Nós apenas a mencionamos para ele, mas nunca dissemos nada realmente sobre ela, não?

James olhou para seu filho, notando o brilho curioso nos olhos verde-esmeralda. Ele diminuiu o ritmo apressado e agoniado que adotara naquela manhã.

– Nós vamos te explicar melhor assim que as coisas se acalmarem, mas em resumo, eu tenho uma irmã chamada Alice, que se casou com Frank Longbottom. Eles tiveram um filho que é um dia mais velho que você, senão me engano, e tiveram que se esconder como a gente. – James comentou, desviando o olhar de Harry. – Pelo que li das notícias que perdemos após nossa morte, eles foram pegos por comensais do círculo interno e torturados até a loucura. E parece que milagrosamente, hoje recuperaram a sanidade.

Harry piscou, logo se lembrando que a irmã de seu pai fora levemente citada no jantar no Beco Diagonal alguns dias atrás. Como na época, seus pais não pareciam confortáveis para responderem quaisquer perguntas que ele tivesse, achou melhor não comentar sobre.

Aparentemente, hoje ele iria conhecê-la pessoalmente.

– Talvez o mesmo milagre que trouxeram você e Lily de volta. – Murmurou Remus pensativo, enquanto James deu de ombros, quase impaciente, e Sirius tinha um olhar vago no rosto. Harry tinha certeza de que Padfoot ainda não tinha aceitado a morte de seus pais sem sentir culpa.

Antes que mais alguém pudesse falar alguma coisa, estavam parados na frente de portas duplas, com uma placa acima da mesma, com os dizeres em preto:

"Ala Janus Thickey para acidentes mágicos irrecuperáveis"

Aquilo deu um arrepio na espinha de Harry. Aparentemente, os Longbottom não eram casos que poderiam se recuperar, se o nome da ala queria dizer alguma coisa. Harry voltou seus olhos para seu pai.

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