O Ministério das Dúvidas - Parte 2

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008- O Ministério das Dúvidas – Parte II

Harry sentiu um calafrio ao entrar na enorme masmorra. Lira pareceu se sentir assim também, pois rapidamente agarrou sua mão, coisa que o Potter mais novo fez de volta.

As paredes eram de pedras escuras, fracamente iluminadas por archotes. Havia arquibancadas vazias de cada lado deles, mas, à frente, as mais altas estavam ocupadas por muitos vultos escuros. Tinham estado conversando, mas quando a pesada porta se fechou à entrada do quarteto um silêncio incomodo tomou conta do lugar.

–S-Sentem-se. – Uma voz masculina vacilante soou pelo local.

Harry observou quatro cadeiras de aparência desconfortáveis no centro da sala. Em duas, os braços eram equipados com correntes. Os passos dos quatros soaram ecoantes pela sala conforme se aproximavam das mesmas. O garoto se sentou com ar de arrogância em uma deles, seguido por Lily que se sentou na que estava ao seu lado de maneira tímida e nervosa. Harry e Lira ocuparam as outras duas, que não havia correntes em seus braços. Harry notou que Lira estremeceu quando as correntes se mexeram e prenderam os Potter mais velhos nas cadeiras.

–Temendo algo? – James questionou em voz firme, mesmo que as correntes os prendessem com firmeza. – Espero que haja um bom motivo para nos prenderem dessa forma. Não somos criminosos.

–Ainda não temos certeza disso senhor. – Uma voz terrivelmente infantil tomou conta do lugar. Harry dirigiu seus olhos para uma que vestia um casaco rosa berrante, era baixa e gorda, tinha uma cara larga e flácida, o pescoço era quase tão inexistente quanto o do Tio Valter e a boca, frouxa. Os olhos eram enormes, redondos e saltados.

–Parece uma sapa. – Murmurou Lira ao seu lado, e o moreno quase riu. A voz era aguda, e surpreendeu o garoto. Ele esperava que ela coaxasse. O laço atarracado no alto de seus cabelos curtos parecia uma grande mosca que ela estava pronta para atacar e engolir com sua língua pegajosa.

–Farei você ter toda a certeza do mundo. Sra... – James retrucou, com uma sobrancelha erguida. Ele agia de forma séria, quase diplomaticamente, coisa bem diferente do pai descontraído e pronto para uma piada que Harry conhecera horas atrás.

–Dolores Jane Umbridge. Subsecretária Sênior do Ministro. – Se apresentou, se inchando de orgulho. Naquele momento, Harry tinha certeza de que ela iria atacar alguma mosca que estivesse por ali. Ironicamente, tinha uma próxima a ela. – Se o senhor tem tanta certeza, suposto Senhor Potter.

No alto de uma das arquibancadas, Harry viu Sirius retorcer a face como se rosnasse.

O silêncio que se formou após a última provocação de Dolores foi irrompido pelo alto tilintar das correntes que prendiam James e Lily. Com estrépito, as mesmas caíram no chão, deixando o casal livre mais uma vezes. Um murmurinho começou no local, enquanto James esfregava os pulsos, onde as correntes tinham apertado. Ele levantou o olhar para uma Umbridge que parecia prestes a explodir.

–As correntes somente prendem a quem realmente é um culpado, Dolores. – James disse, sua voz soando quase que mortalmente sombria. – E nós, além de estarmos falando a verdade, e sendo sinceros, somos inocentes. Por isso, elas não iram nos prender.

Um homem sentado a esquerda de Umbridge se mexeu de maneira desconfortável em seu assento. Era um homem velho, porém de aparência bem cuidada. Tinha ralos cabelos grisalhos, e um ar de ser estabanado.

–E-Então, vocês são mesmo os Potter? – Questionou ele, desconcertado. – Ora, vejam, é difícil crer que realmente temos mortos que voltaram a vida depois de 10 anos.

–Nós temos noção disso. – Lily respondeu, em um tom de voz gentil, quase maternal. – Mas é a verdade, e estamos dispostos a provar isso de qualquer forma que for possível.

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