Capítulo VIII

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Quando caiu a noite de 11 de abril de 1912, o sol sumiu na linha do horizonte e deu o espaço para as milhares de estrelas que começaram a brilhar no céu. O RMS Titanic seguia sua viagem com mais de 2.200 pessoas a bordo, porém, a maioria desse número de pessoas a bordo perderia as suas vidas em poucos dias. Às 18hrs daquele dia foi anunciado o jantar para os diversos passageiros a bordo, mais tarde, às 19h30min eles já se encontravam sentados em suas mesas e acompanhados de convidados, amigos e familiares. Entre eles, Anne Peterson e seus irmãos, ambos sentados na mesa da senhora Brown e do senhor Ismay. Naquela mesa o assunto de dinheiro, fortuna e apostas foram os principais assuntos tratados ali. Assuntos esses que Ismay mais se destacou em falar sobre eles. Enquanto todos se divertiam, a jovem estava pensativa e entediada e ela decidiu sair dali. Porém, avisou aos seus irmãos que iriam deixar o local e assim se fez, ela deixou o salão e seguiu rumo ao convés dos botes salva-vidas, onde se encontraria com John. Assim ela achava. Quando chegou no convés já quase deserto, avistou alguns homens conversando perto de um bote salva-vidas no lado bombordo, ela procurou o telegrafista e não achou ninguém. Mas, os homens que estavam conversando ali deixaram o convés e seguiram para outro lugar, porém, um deles havia ficado lá observando a jovem que procurava pelo rapaz dos códigos. Aquele homem observava cada passo e ato que Anne fazia, porém, ela percebeu que ele aproximava-se vagarosamente em direção a ela. O sujeito usava um sobretudo marrom que ia até o meio da canela e as argolas do sobretudo estavam levantadas, além disso, usava também um chapéu quase da mesma cor e fumava um cigarro. Anne sentiu medo, mas precisava enfrentar o seu medo.

— Finalmente pude lhe encontrar novamente, minha querida! — Disse o homem que se aproximava dela. — Agora podemos acertar as contas que temos!

Anne se assustou e afastou-se um pouco do rapaz.

— Quem é você e o que quer?

O homem gargalhou, retirou o chapéu e abaixou as argolas do sobretudo.

— Dylan!? — ela disse sem acreditar no que estava vendo. — O que você quer agora? Me matar? E eu vou logo avisando que não tente fazer nada comigo!

Dylan gargalhou e deu mais um passo a frente.

— Eu não vou lhe violentar, Anne! — O desenhista fez uma expressão no rosto de malicioso. — Vou apenas terminar o que eu comecei!

Harris pegou no braço da moça e a puxou em sua direção, porém, Anne foi rápida, soube se soltar das mãos geladas e grandes do desenhista. O rapaz tentou mais uma vez agarra-la a força, mas recebeu um soco no rosto vindo da moça. Dylan curvou-se com a mão no olho e ela aplicou um golpe baixo com a perna direita. O rapaz curvou-se de dor e Anne tentou correr com os tamancos, mas ela tropeçava e chegou até a cair. Enquanto o desenhista se recuperava da dor, ela tentava retirar os saltos que a impediam de correr. Quando Harris tentou agarra-la novamente, ela acertou o tamanco na testa dele e mais uma vez, acertou outro soco no rosto dele. Anne pegou o tamanco e seguiu correndo, depois, entrou na primeira porta que encontrou e seguiu por um longo corredor quase sem nenhuma porta. Dylan a seguiu e a encontrou no meio do longo corredor, ela estava desesperada e agora temia pelo que o desenhista poderia fazer. Ela correu e entrou na primeira porta que encontrou, porém, assustou-se ao ver o que realmente tinha lá dentro.

Lá era a sala do telégrafo e quando ela entrou, encontrou Phillips encostado na mesa comendo algum doce que tinha numa bandeja – a mesma foi mandada pelo oficial Moody e entregue por um comissário de bordo. Bride e Jack estranharam o porque da moça ter entrado e fechado a porta rapidamente, como se fugisse de alguém. O telegrafista chefe estranhou tudo aquilo antes de encarar o seu telegrafista assistente.

— O que houve, senhorita Peterson? — ele se aproximou dela meio preocupado. — Há alguma coisa grave?

Anne estava ofegante, quase não conseguia falar o que havia acontecido e procurava fôlego, mas aparentava não encontrar. Phillips se preocupou mais ainda.

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