Capítulo XVII

20 2 8
                                    

O pânico apenas crescia a bordo do RMS Titanic, que afundava lentamente nas águas geladas do Atlântico Norte. Todos estavam em desespero, pois, botes salva-vidas partiam e muitos deles levavam mulheres e crianças. Mas, o mais desesperador, era a capacidade dos botes, pois alguns partiam lotados e outros quase vazios. Enquanto isso, o caos crescia no embarque e lançamentos dos últimos botes salva-vidas, pois muitos homens em pânico tentavam entrar, mas os oficiais Murdoch, Wilde, Lightoller e Moody os impediam. Murdoch, Wilde e Lightoller portavam armas de fogo e ameaçava a todos os homens que empurravam e atrapalhavam no embarque. Às 01h40min, Wilde arria de estibordo o bote dobrável C, com 69 pessoas (17 homens, 38 mulheres e 14 crianças = 05 tripulantes e, em maioria, passageiros da Terceira Classe), sob o comando do timoneiro Rowe. A descida é acidentada. Aderna tanto o navio para bombordo que o bote roça várias vezes no costado, correndo o risco de ter as bordas de lona rasgadas pelas cabeças dos rebites. Os homens, manejando os remos contra o casco, conseguem mantê-lo afastado. Do Titanic para o Birma: Afundando rapidamente. Passageiros nos botes. Às 01h45min, Wilde arria de bombordo o bote de número 02, com 25 pessoas (06 homens, 15 mulheres e 04 crianças = 04 tripulantes e, em maioria, passageiros retardatários da Primeira Classe), sob o comando de Boxhall, que porta alguns foguetes de sinalização. Enquanto isso, no lado bombordo, a tensão cresce no preenchimento do bote salva-vidas de número 04. Onde os oficiais Lightoller e Moody estão levando as mulheres que ainda hesitam em adentrar num bote. Ambos acompanhados da ajuda de Cole e Connor, além de Thomas Andrews que caminha por ali.

— Por favor, senhora embarque neste bote! — pediu Connor com muito educação a uma mulher que vestia belas roupas. — Essa é a sua única chance!

A mulher torceu o nariz ao olhar para o rapaz, que estava quase implorando para ela embarcar naquele barco.

— Entrar num barquinho de madeira igual a esse? — ela perguntou com arrogância. — Eu não entro nem que fosse o rei da Inglaterra me pedindo!

Connor ficou em silêncio e apenas recuou, enquanto a mulher continuou andando calmamente pelo convés. Ele nunca vira tanta arrogância e ganância em toda a sua vida, mas isso não era diferente para Cole, que enfrentava coisas semelhantes.

— Então? Conseguiu convencer alguma dama? — perguntou Dean a Connor após ambos pararem frente a frente.

— Nenhuma!

— Eu também não! — Cole respondeu. — Levei até bengaladas de uma senhora na cabeça!

Connor segurou a risada. Até que Moody se aproximou.

— Rapazes, estão precisando de ajuda no outro lado do navio! — Ele avisou e eles assentiram. — E um de vocês terá que ir para lá ajudar o oficial Wilde e o oficial Murdoch!

Cole e Connor se entreolharam receosos.

— Eu vou, Cole! — ofereceu-se Phillip. — Afinal, eu sou mais rígido do que você!

— Não tem necessidade disso, eu irei! — Dean respondeu. — Eu tenho mais responsabilidade do que você!

Em seguida, começou uma pequena discussão entre os gêmeos e aquilo começou a deixar o sexto oficial Moody com tédio e raiva.

— Vamos logo, decidam-se! — O oficial disse encerrando a discussão dos gêmeos. — Afinal, não temos muito tempo!

Connor olhou para Cole preocupado. Phillip sempre foi muito receoso e medroso, para decidir entre ele e Dean. Mas, ele precisava vencer esse medo que sempre lhe fazia mal.

— Muito bem! Eu irei! — Phillip disse criando coragem. — Cuide-se e tente embarcar num bote!

— Está bem, eu tentarei! — Cole engoliu a seco. — Você ficará bem, não é mesmo?

Códigos do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora