Capítulo V

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As situações estavam sendo uma das piores para a Peterson desde a saída de Sturges, pois a companhia estava sumindo e sendo levada pela enxurrada de novas animações e quadrinhos que surgiam nos jornais e revistas. A animação de Simbad estava quase pronta, mas falta ser produzida e colocadas em um rolo para serem exibidas nos cinemas de Nova York, onde salvaria a companhia de prejuízos que Maxwell havia carregado para a mesma. O curta ficou pronto dois dias antes do dia 1° de abril de 1912, onde nessa data, Anne agendou três passagens no único navio que partiria naquele mês para Nova Iorque, o RMS Titanic. Ela iria viajar com os seus irmãos gêmeos, por precaução de algum ato vindo de Dylan. Como eles esperavam. Mas desde o mês de fevereiro daquele ano que não se recebia mais bilhetes ou ameaças de Harris, o que eles acharam bem estranho. O dia da partida do Titanic se aproximava vagarosamente, faltavam apenas 5 dias para os irmãos estarem presentes no cais da White Star em Southampton, e prontos para enfrentarem a maior aventura de todas as suas vidas. Anne estava bem ansiosa com a viagem e pressentia que algo de ruim aconteceria, mas os seus irmãos não estavam pressentindo a mesma coisa que ela, muito pelo contrário, estavam bem animados e empolgados para irem a Nova Iorque. Connor era o mais animado deles e não parava de pensar em nenhum segundo se quer.

— Creio eu que o seu irmão deve estar bem empolgado para viajar no Titanic! — disse Lucy sorrindo para Cole e Anne, que estavam arrumando as malas. — Afinal, ele não para de sorrir nem para dormir!

Os dois irmãos gargalharam.

— Connor sempre foi assim, quando íamos viajar ou para algum lugar e que avisavam a ele dias antes de partir! — Anne disse. — Ele ficava louco e animado para viajar!

— Ou seja, ele é assim desde criança! — Cole completou. — Ainda bem que eu sou bem diferente dele!

Lucy sorriu.

— Quando vocês já estiverem viajando, vou sentir tanta falta! — Lucy disse meio triste, olhando para os irmãos. — Sentirei sua falta Anne, e também de você Cole!

Os jovens sorriram.

— Nós também iremos sentir a sua falta, Lucy! — Anne a abraçou. — Mas logo, logo estaremos de volta para casa!

A camareira foi abraçada por Anne, que logo se afastou da mesma e quando foi abraçada por Cole, Lucy pôde sentir o cheiro do rapaz e ouviu o coração do mesmo bater forte e rápido. Ela sabia que ele era apaixonado por ela, mas não tinha coragem de assumir isso. Em seguida, eles se afastaram e tomaram os seus assentos na cama.

— Sentirei muita falta de vocês! — Lucy disse olhando para os dois jovens. — Espero que voltem logo, esse lugar será muito triste sem vocês três!

Anne sorriu.

— Tentaremos voltar logo, senhorita Mason, tentaremos! — Anne levantou-se da sua cama e foi até a janela. — Mas até lá, tentarei me comunicar com você, está bem?

Lucy assentiu.

Naquela noite, enquanto Anne estava deitada em sua cama e fitava bastante o teto do quarto, pensou na viagem e sentiu que algo ruim iria acontecer. Algo que poderia custar a vida dela. A vida dos seus dois irmãos. Porém, ela não se importou com isso e achou que fosse apenas animação ou empolgação de viajar. Queríamos ela que soubesse que não era animação ou empolgação, e sim, uma previsão.

Não demorou muito dias para que o dia da viagem finalmente chegasse e deixasse Lucy mais triste ainda. Logo, as 7 horas da manhã do dia 10 de abril, o motorista da família Peterson chegou e eles despediram-se dos seus criados, principalmente de Lucy, que chorou ao abraçar Cole. Quando as malas estavam no carro, os três irmãos entraram no automóvel aos “adeus” vindo dos criados e lacaios da casa.

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