Capítulo XXI

12 2 5
                                    

Passaram-se os dias a bordo do RMS Carpathia e finalmente chegou o dia 18 de Abril de 1912, data essa tão esperada pelos sobreviventes do Titanic. Pois afinal, segundo o capitão Arthur Rostron, eles chegariam em Nova Iorque naquele mesmo dia, mas não se sabiam as horas. Os sobreviventes – muitos deles deprimidos – tentavam se animar com jogos a bordo do navio da Cunard, mas a alegria não chegava e eles acabavam desistindo, entre esses, Connor. Enquanto isso, na manhã daquele dia, Cole finalmente teve alta e pôde se recuperar mais rápido, diferente de Bride, que continuava andando com a ajuda de dois homens. Harold trabalhou ao lado do telegrafista do Carpathia, chamado Harold Thomas Cottam, desde o dia 16 de abril, na qual recebia e substituía Thomas em algumas horas. Porém, Sydney sentia falta do seu amigo Phillips, na qual, trabalhou ao seu lado até os últimos momentos antes da água invadir os conveses dos botes. Mas, com o passar do dia, navios de outras regiões enviavam mensagens ao Carpathia oferecendo assistência, mas o navio recusava e seguia viagem. O dia passou-se monotonamente, passageiros continuavam sombrios e tristes pela perda dos seus familiares. Tanto que Bruce Ismay não deixou a sua cabine por nada desde quando entrou, mas, tem recebido visitas como a do jovem Jack Thayer.

Quando o sol começou a sumir na linha do horizonte, alguns passageiros e sobreviventes acolheram-se nos interiores do Carpathia, menos os irmãos Peterson e a senhorita Chambers. Onde ambos, observaram da popa do navio e sentados em um banco de madeira, o sol descendo calmamente pela linha do horizonte e fazendo com que a noite se aproximasse suavemente. Aquilo simbolizava que Deus permitiu que eles vivessem mais um dia na terra, e que tudo logo acabaria. Dorothy – como sempre fora – muito religiosa, levou aquilo como um sinal de que tudo estaria acabado ao anoitecer e que não demoraria muito.

— Espero que isso acabe logo, não aguento mais ver água! — comentou Cole. — Isso está me deixando maluco!

Todos ali assentiram e ficaram em silêncio.

— Eu sei que isso pode ser meio tarde de se indagar, mas alguém aqui lembra com quem ficou a lata do filme do Simbad? — Connor perguntou e os irmãos arregalaram os olhos assustados. — Não vão me dizer que vocês esqueceram do Simbad?

Anne e Cole assentiram com um sorriso meio sem jeito estampado no rosto.

— Então... Com esse choque, acabamos esquecendo dele! — Anne respondeu. — Mas e agora? O que iremos fazer? O filme do Simbad era a nossa esperança de sairmos da falência!

Todos ficaram em silêncio.

— Estão se preocupando atoa, vocês sabiam disso? — Dorothy disse olhando pra eles, que ficaram confusos.

— Como assim?

Dorothy sorriu.

— Vocês lembram que o sujeito tentou roubar a lata de nós, mas não conseguiu? — ela disse explicando, enquanto eles assentiam. — Você me deu a lata, Cole, não se recordas disso?

O rapaz abaixou a cabeça pensativo e lembrou-se de tudo.

— É mesmo, você tem razão! — Ele disse com um grande sorriso estampado no rosto. — Eu havia entregado a ela, porque ela estava indo em um bote salva-vidas e então eu conseguiu entregar a ela antes que o bote fosse baixado!

Dorothy assentiu.

— Então quer dizer que a companhia estás salva da falência?

Dorothy e os irmãos dela assentiram.

— Meu Deus... Muito obrigado a você, Dorothy, muito obrigado mesmo!

Dorothy sorriu mais uma vez.

— Não precisa me agradecer, afinal, vocês mereciam que aquela lata fosse salva! — disse a senhorita Chambers. — E aliás, eu entregarei ela quando aportarmos!

Códigos do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora