Passaram-se dias e dias desde a estreia do novo filme da Peterson Animations, e com isso, o lucro da animação começou a crescer novamente e a companhia começara a levantar-se aos poucos. Mas, eles ficaram alegres por finalmente a data de volta para casa estar marcada. O navio da Chambers Line, o SS Alphaville, iria partir de Nova Iorque no dia 1° de maio de 1912, às 15hrs, do cais 67 do rio Hudson. O navio era luxuoso, veloz e seguro, havia acabado de voltar da reequipagem de equipamentos de segurança – que passou a ser obrigatória após o naufrágio do Titanic. Ele tinha três mastros, duas chaminés nas cores vermelho, com duas linhas azuis e com o topo preto. Era um bem feito e bem construído navio para aquela época. Logo chegou o dia e eles estavam eufóricos, não estavam se importando se o navio era luxuoso ou não, se era grande ou pequeno, se era rápido ou lento e também, se era seguro ou não. Eles queriam apenas voltar para casa e reencontrar a sua verdadeira vida e família. Quando eles avistaram o navio atracado nas docas, ficaram nervosos e animados. Desde o Titanic, eles nunca mais viajaram em um navio. O táxi logo parou e eles desceram, observaram a proa do navio, admirando toda a beleza e grandiosidade daquela embarcação que tinha mais de 5 anos de carreira marítima.
— Esperamos que esse seja seguro! — comentou Cole engolindo a seco.
Anne olhou para a passarela deu ma embarque e depois para uma tenda, onde vendia-se passagens para a viagem. Porém, ela recordou-se do dia 10 de abril e ao olhar pro transatlântico de duas chaminés, acabou vendo o nome Titanic no lugar de “Alphaville”. As mãos dela ficaram geladas e ela ficou pálida, aquilo não podia estar acontecendo, pois, o seu “novo” pesadelo aparentava estar voltando. Laura sentiu que as suas pernas estavam bambas e fracas, a sua visão escurecia aos poucos e logo depois, ela sentiu que algo a puxou, quando tudo escureceu de vez.
“Tudo estava escuro, não enxergava-se nada, além de uma claridade que vinha do meio da escuridão tremenda. Além da claridade, ouvia-se uma voz dizendo: “você vai vim para ficar comigo aqui?”. Frase essa que era repetida por uma voz masculina e várias vezes. Ao se aproximar da luz, pôde enxergar um homem sentado de costas e que aparentava estar olhando alguma coisa nas mãos. Ele era meio alto, um pouco magro e usava um uniforme quase idêntico a de um oficial, a única diferença era que o quepe era branco, ao invés de preto. Ela decidiu-se aproximar do homem e quando pôde reconhece-lo, acabou levando um susto. Inacreditável. Essa era a palavra que rodeava a cabeça de Anne. Era ele. Phillips. Que estava sentado no chão e abraçado com uma foto dela.
— Jack? O que fazes aqui? — a voz dela saiu meio assustada, como se estivesse com medo. — E onde eu estou?
John a olhou com lágrimas nos olhos. Ele estava com um semblante de piedade e quando pôde ver quem era, animou-se.
— Anne? É você? — Ele largou a foto no chão e levantou-se calmamente. — Diga-me que você é você mesma!
Laura olhou para ele e a sua mão direita tocou o seu rosto. Acariciou a sua bochecha, passou pela testa e por fim parou na franja que insistia em sair do quepe.
— Sim, sou eu mesma! — ela respondeu com uma voz meiga e ele sorriu.
— Onde eu estou? — Ela indagou agora olhando para todos os lados, que eram apenas brancos e aparentavam não terem fim. — E como eu vim parar aqui?
Phillips sorriu e não respondeu nada.
— Como é bom revê-la novamente! — Ele disse agora passando a mão nos seus cabelos castanhos. — Olha só você, não mudou nada desde a última vez que lhe vi. Aliás, está até mais bonita do que a última vez.
Laura sorriu tímida. Mas o questionamento na sua cabeça não a deixava em paz.
— Aonde eu estou, Phillips? — ela perguntou olhando nos olhos dele. — E como eu vim parar aqui?
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Códigos do Amor
FanfictionCapa feita por: @anneslia . . . Anne e John Phillips se conheceram por acaso, e pelo mesmo acaso foram separados, mantendo-se longe durante anos. Porém, a bordo do RMS Titanic e em meio as suas tribulações pessoais, os jovens se encontraram, reacend...